Um polícia que conduzia com 2,4 g/l de álcool no sangue chocou anteontem à noite, às 22h30, com um veículo, no Campo 24 de Agosto, no Porto, fugindo depois para a Estação de Campanhã, onde agrediu ao murro um jovem, que foi assistido no Hospital de Santo António.
A confusão que o polícia provocou à porta da estação, e que durou cerca de duas horas, foi fotografada por um taxista de 22 anos, que acabou multado em 250 euros por abandono do veículo. "Estava a dois metros do táxi e foi multado porque o viram a fotografar e queriam abafar a situação do colega bêbedo", disse um dos taxista que estava no local e viu a "arrogância" do agente. "Todos para os táxis já!", ordenou aquele.
Dentro da estação, o corpulento agente de 47 anos, da PSP do Porto, esmurrou o jovem à terceira vez que o interpelou por este não responder. O educador de infância, de 24 anos, ouvia música com auriculares.
Enquanto isso, à porta esperava o dono do Clio acidentado e o carro do polícia que tinha deixado os seus documento e se deu logo como culpado.
Tudo se complicou com a chegada de um grande aparato policial. Sete carros patrulha e uma carrinha de intervenção. Mais de vinte agentes, chamados pelo responsável da estação, por o agente embriagado estar a causar distúrbios. O polícia, de baixa médica há um ano e que esperava o filho com a namorada deste, estava a colocar cartazes – toalhas de papel de restaurante – nas paredes, onde dizia "Filho fuzileiro estou aqui". Ao que o CM apurou, o agente começou por insultar os colegas que o queriam identificar. Rejeitou depois fazer o teste de álcool no local. E na presença da PSP, pegou no carro para ir embora. "Não foi porque nessa altura já estavam 40 pessoas as berros, revoltadas com um polícia bêbedo a ir embora a conduzir", disse o taxista António Santana que acredita que apenas a "revolta popular" levou à detenção do agente. "Os colegas queriam abafar a situação", conta ainda António Silveira, outro taxista.