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Manobra perigosa provoca 4 mortos

Um comboio colidiu ontem com uma ambulância de transporte de doentes na Linha do Oeste, em Monte Redondo, Leiria, causando quatro mortos. Três das vítimas eram da mesma família. Ao longo dos carris, 18 lençóis brancos usados para cobrir os restos mortais, espalhados numa extensão de 600 metros, assinalaram a trágica violência do embate.

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Paulo Moreira, de 44 anos, ia a chegar à passagem de nível de Montijos, na freguesia de Monte Redondo, quando se deu o acidente: “As cancelas estavam fechadas e a ambulância contornou-as. A condutora de um carro que se encontrava parado ainda lhe apitou e fez sinal de luzes, mas não valeu de nada. Ouvi um grande estrondo, pó pelo ar e muitas faíscas”.

Depois da colisão, registada ao quilómetro 176, no sentido Coimbra-Leiria, a ambulância foi arrastada 600 metros pela composição. “Fui a correr para tentar socorrer as pessoas, mas só vi sangue e miséria. A Sílvia [motorista] foi a única que ficou inteira”, adiantou Paulo Moreira ao CM, ainda impressionado com a dimensão da tragédia.

As restantes vítimas, um casal e uma filha invisual, foram trucidadas pelo comboio e os restos mortais ficaram espalhados pela linha férrea. O cenário dantesco impressionou até Paulo Grilo, adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Leiria e comandante operacional das equipas de socorro: “Encontrámos um cenário horroroso!”.

O acidente deu- -se às 10h00. Sílvia Nogueira Pedrosa, de 38 anos, voluntária na Associação Cultural Lugares Amigos (ACLA), com sede em Ervedeira, Leiria, tinha ido à Praia do Pedrógão buscar a família Mira – José, de 75 anos, a mulher, Cesarina Duarte, de 73, e a filha invisual, Maria Filomena, de 49 anos. O objectivo era transportá-los a um centro de fisioterapia, em Leiria. Mas ao chegarem a Montijos a viagem foi interrompida. Sílvia Pedrosa terá ignorado a sinalização da passagem de nível e contornado as barreiras de segurança, acabando a ambulância por ser atingida em cheio pela locomotiva.

Os 13 passageiros do comboio Intercidades, que efectuava a ligação entre Coimbra e Caldas da Rainha, não sofreram ferimentos. Alguns vinham a dormir e só se aperceberam da gravidade do desastre depois da composição parar e pelas movimentações dos meios de socorro. Segundo vários amigos, Sílvia Pedrosa era a alma da ACLA. Desde que regressou de França, onde esteve emigrada, conduzia a ambulância e aproveitava o tempo em que os filhos estavam na escola para tratar das questões administrativas da associação de solidariedade. “Morreu a fazer o bem às pessoas, que era aquilo de que mais gostava”, disse Cecília Ferreira, uma das suas amigas.

CENÁRIO DE HORROR

1 - Os restos mortais de uma das quatro vítimas junto à linha férrea

2 - O comboio ficou imobilizado a 600 metros do local do embate

3 - Os corpos desfeitos foram cobertos com 18 lençóis

4 - Os bombeiros recolheram bocados dos cadáveres ao longo da linha

5 - A composição, parada ao fundo, seguia para Caldas da Rainha

6 - Os bombeiros também recolheram objectos e roupas das vítimas

7 - Os cadáveres foram levados em macas para a zona da passagem de nível

8 - Metidos em sacos pretos, os corpos foram transportados para a morgue de Leiria

CORREIO DA MANHA

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