A Colômbia acusou hoje "determinados governos" de utilizarem os reféns das FARC como "uma mercadoria" e anunciou que vai transmitir à ONU e à OEA as provas de ligações da guerrilha ao Equador e à Venezuela. Sendo, mais à esquerda ou mais à direita, um ditador como qualquer outro, Hugo Chávez está ao lado de um grupo terrorista, como é o caso das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Ao lado das FARC está a Venezuela tal como, de alguma forma, está Portugal por permitir que esse grupo terrorista esteja presente no pavilhão oficial do Partido Comunista Colombiano na festa dos comunistas portugueses.
O presidente da Venezuela pretende assim, e para além da prova de força para consumo interno, mostrar que pode ser o novo líder regional. Para a sua estratégia, “petroliferamente” estribada, tudo serve mesmo quando – como agora acontece – utiliza os reféns das FARC como moeda para comprar a sua hegemonia.
"Utilizar vidas humanas e a tomada de reféns para retirar dividendos políticos é muito triste. Mas infelizmente é assim, a questão humanitária contou muito pouco", afirma o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos .
A intenção de denunciar as alegadas (para mim são mais do que alegadas) ligações da Venezuela e do Equador à guerrilha colombiana junto da ONU e da Organização de Estados Americanos (OEA) foi anunciada num comunicado oficial, em que a presidência colombiana manifesta a sua preocupação com "acordos que possam existir entre o grupo terrorista FARC e os governos do Equador e da Venezuela, em violação das normas internacionais".
O Equador, com toda a legitimidade, acusou a Colômbia de ter violado o seu território para matar o número dois das FARC, Raúl Reyes. Não explicou, contudo, o que estavam guerrilheiros colombianos a fazer no Equador.
Depois de uma primeira análise aos documentos apreendidos aos dirigentes guerrilheiros mortos por forças especiais colombianas em território equatoriano, o Governo de Álvaro Uribe acusa o presidente do Equador, Rafael Correa, de ter "um compromisso" com as FARC.
Segundo o director da polícia colombiana, general Óscar Naranjo, há entre os documentos apreendidos uma carta de Reyes informando o comando da guerrilha que o ministro da Segurança equatoriano, Gustavo Larrea, manifestou "interesse em oficializar as relações com as FARC" e sugere o envolvimento do Equador nas negociações para a libertação de reféns.
Segundo Naranjo, o lado equatoriano propôs que esse envolvimento fosse concretizado, por exemplo, pela entrega ao governo de Quito de um dos reféns, o cabo Pablo Emílio Moncayo, sequestrado pelas FARC há 10 anos e cujo caso se tornou conhecido quando o pai, um professor reformado, fez uma caminhada de 900 quilómetros para pedir a sua libertação.
As FARC, que ao longo dos anos sequestraram milhares de pessoas, estão em negociações para uma "troca humanitária" de quatro dezenas de reféns, entre os quais a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt (na foto) e o luso-americano Marc Gonsalves, por meio milhar de guerrilheiros que estão detidos.
É possível que, pela mão do ditador Hugo Chávez, se assista a uma implosão regional. Tendo petróleo tem meio caminho andado para fazer quase tudo o que lhe der na real gana, inclusive patrocinar outros grupos terroristas em países vizinhos. O Brasil – a grande sombra da Venezuela – que vá pondo as barbas de molho.
Orlando Castro
aposta
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Hugo Chavez aposta nos terroristas das Farc