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Pai e dois filhos morreram. Mãe e um filho estão mal
O automóvel despistou-se na A26, entre Vendas Novas e Montemor-o- -o-Novo, capotando diversas vezes ao longo de sensivelmente 250 metros até sair da auto-estrada e parar já numa estrada rural. Jorge, de 47 anos, e os dois filhos de 16 e nove, tiveram morte imediata. Maria Tavares e o filho mais novo do casal são os únicos sobreviventes deste aparatoso acidente que agravou as estatísticas da "Operação Carnaval 2008".
"O cansaço terá sido a causa mais provável para o acidente", explicou ao DN fonte da GNR. Tudo indica que Jorge Silva Tavares estaria a conduzir há várias horas, quando o Laguna, de matrícula francesa, se despistou, ontem, às 09.30. Os bombeiros de Montemor foram os primeiros a chegar ao local. "A viatura terá capotado entre cinco a seis vezes, parando apenas numa estrada rural, do outro lado da via", contou João Coelho, comandante da corporação.
Jorge e um dos filhos foram projectados para fora do automóvel, tendo os seus corpos sido encontrados a poucos metros do local do acidente. O corpo da terceira vítima manteve-se dentro da viatura sinistrada, enquanto Maria Tavares e o filho mais novo tiveram de ser desencarcerados. O rapaz, de oito anos, foi assistido no local - entubado e ventilado - por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), tendo sido de imediato transportado de helicóptero até ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde, à hora de fecho deste jornal, se encontrava internado na unidade de cuidados intensivos com "diagnóstico reservado".
"Além de fracturas nos braços e nas pernas, a criança apresentava um traumatismo craniano grave e outra lesão igualmente grave na zona abdominal", esclareceu ao DN fonte do INEM. Maria Tavares é a única vítima do acidente que apenas sofreu ferimentos ligeiros, mas, de qualquer forma, foi internada no Hospital do Espírito Santo, em Évora, em "profundo estado de choque", esclareceu fonte da unidade de saúde.
Até à hora de fecho desta edição, aguardava-se ainda a transferência de Maria Tavares para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, concelho onde a emigrante ainda mantinha a sua residência oficial. "A paciente terá de ter nas próximas semanas acompanhamento psicológico", afirmou o mesmo responsável, garantindo que "esse procedimento já foi acautelado".
Quanto ao menino de oito anos, o DN contactou o Hospital de Santa Maria para apurar qual o seu estado de saúde, mas tal não foi possível. "É política do hospital não dar qualquer informação relativa à situação clínica de crianças sem a devida autorização dos pais", explicou o porta-voz daquela unidade hospitalar.
Para já, desconhecem-se as circunstâncias exactas em que terá ocorrido o acidente, que está a ser investigado pelo Núcleo de Investigação Criminal de Évora. A distracção, o cansaço e o excesso de velocidade - o acidente foi numa recta onde é fácil ultrapassar os limites -, são para já as causas prováveis deste desastre que destruiu uma família.