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Fr - Museu do Emigrante - Page 3

  • A ROTA DA ESPERANÇA

    A ROTA DA ESPERANÇA

     

    “O Salto”. Eles transpõem “o grande passo”. Durante os últimos seis meses, todos os dias, eram cerca de trezentos que vinham juntar-se à colónia (portuguesa) em França, que conta já mais de quinhentas mil pessoas, e que decuplicou em dez anos, entre os quais 95% são “clandestinos”.

    “Quase todas as noites, em grupos de vinte ou trinta, transpunham a pé o rio Bidassoa, a montante de Biriatou.” Diz um habitante da região : estas expedições nocturnas revestiam-se de muitos perigos. No hospital de Bayonne, foram muitas vezes tratados portugueses, vítimas de quedas ou do frio da montanha. Alguns morreram durante a viagem. Alguns “passadores” aproveitavam-se da situação para espoliar  e saquear os clientes. Foi o caso de três portugueses, encontrados esganados e um outro chicoteado até à morte. Algumas sepulturas anónimas de cemitérios do País Basco espanhol, testemunham estas atrocidades: “mortos em fraude”...e a preço alto. Com efeito, há cinco anos, uma “passagem” custava em média 2000 Francos. Vários anos de economias.

    Francis CORNU

    Le Monde, 2 / 9 / 1970

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  • O SALTO

    O SALTO

     

    (em cima à esquerda)

    O Salto, filme realizado em 1967, por Christian de Challonges.

    Interpretes principais: Marco Pico, Antonio Passalia e Ludmilla Michaël, com a colaboração, em todos os outros papeis, de emigrantes portugueses, actores não profissionais. “Este filme é a prova de uma situação escandalosa: a imigração dos trabalhadores portugueses.”

    (Ch.de C;)

    (em cima à direita)

    O salto é um filme sobre o olhar surpreendido, divertido, por vezes superficialmente inquieto, que António tem de Paris. Olhar onde transparece o cansaço e a decepção das esperas, das recusas grosseiras, dos falhanços. Olhar que não nos julga e que por isso mesmo se torna ainda mais acusador.

    Jean-Luc Pouillade, “Témoignage Chrétien” 4 de Janeiro de 1968.

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  • O TRÁFICO DE BRANCOS

    O TRÁFICO DE BRANCOS

     

    (em cima à esquerda)

    Mais de 66% dos Portugueses que estão em França passaram as fronteiras clandestinamente.

    Os seus passaportes, são os da montanha, “a salto”. Atravessar a fronteira pelos montes, eis a salvação deles, sem carimbo da fronteira.

    Outros, que tentaram pedir um passaporte de emigrante, esperam seis meses, um ano, antes de terem uma resposta, que no fim é negativa. “Muito pobre, dizem-lhes, não podem ir para nenhum lado.

    Jean Erwan

    “Juri-Press”

    9 de Abril de 1970

    (em baixo à direita)

    Salvo-conduto atribuído aos “sem papeis” que chegam à fronteira desde 1968. A partir de 1971, com a circular Marcellin-Fontanet, este documento é obrigatório para a regularização.

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  • VIAGEM AO FIM DA NOITE

    VIAGEM AO FIM DA NOITE

    (Em cima à esquerda)

    “Sete noites a andar...era preciso continuar com os homens, senão eles abandonavam-nos...nenhuma mulher aceitava a viagem se ela soubesse...era preciso ultrapassar montanhas, rios...caímos todos numa ribanceira, nem sei como não morremos”.

    (Ao meio)

    “Nós íamos de prisão em prisão, algemados, como se fossemos criminosos ou selvagens...”

    (Em baixo)

    “A neve não nos largava...demorámos um mês para chegar. Não sei como não morri”.

    (Ao centro)

    Os 84 portugueses pensavam encontrar o paraíso em França: condenados por entrada ilegal – 100 francos de multa.

    “Eu preferia morrer de fome em Portugal do que vir como vim. Se recomeçasse eu morria...quando já tinha passado a fronteira espanhola era capaz de voltar para traz se conhecesse o caminho; nem que perdesse o dinheiro da viagem...nunca permitirei a um filho meu vir desta maneira”.

    (Cima à direita)

    “Eles queriam abandonar-nos no meio da neve. Eles podiam matar-nos. Estávamos perdidos, não salvámos nada. Encontrámos um português que estava doente, depois de 3 dias na montanha ele não podia engolir nada de tanta febre que tinha”.

    (Ao centro)

    “O passador tinha prometido que não andávamos mais a pé e nós andámos todo o tempo, 82 hora a pé...estava tão cansado. Trouxe uma camisa e uma camisola. Deixei tudo...tinha tanto sono que abandonei tudo...atravessei três rios...era preciso entrar na água...”

    (Em baixo à direita)

    “Os animais vivos num vagão fechado eram clandestinos portugueses”

    Jornal France Soir, 9 Fevereiro 1964

    (Ao lado)

    “A viagem de camião é pior que a marcha a pé...sempre tudo fechado, sem se poder respirar, sentia-me tão mal que até desejava ser preso para voltar para Portugal”.

    (Em baixo – Título)

    ESGOTADO,COM OS PÉS GELADOS, O EMIGRANTE CLANDESTINO CAIU NUM PRECIPÍCIO

    Para chegar a França, 21 portugueses (entre os quais 5 mulheres, uma criança de 5 anos e 2 bebés) caminharam durante 27 dias.

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  • ENQUANTO HOUVER EMIGRANTES

    ENQUANTO HOUVER EMIGRANTES

     

    (Em cima à esquerda)

    “É um outro Portugal, não somente o nosso recanto na peninsula e nas ilhas, não somente este império que atravessou tantas fases, fez-se e desfez-se, mas um Portugal maior no mundo: este acto heroico daqueles que partiram daqui para trabalhar em outras civilizações”

    Vitorino Magalhães Godinho

    Historiador. Discurso no dia de Portugal e de Camões, Vila Real , Junho 1979

     

    (Em baixo à direita)

    “O paralelo feito pelos governantes portugueses entre emigração e período das descobertas é falso: um era um movimento de expansão, o outro é a auto-destruição dum povo que se dissolve ele mesmo”

    Marie-Claude Munoz

     

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  • EMIGRAÇÃO PERPÉTUA ?

    EMIGRAÇÃO PERPÉTUA ?

     

    (À esquerda)

    “Os homens e as mulheres que deixaram e ainda deixam Portugal, dão-nos o exemplo do que é possível realizar, quando a vontade, a inteligência e o esforço dos portugueses se conjugam com a nossa identidade nacional de porto aberto aos outros povos”.

    General Eanes – presidente da República, 10 Junho 1981

    (À direita)

    “Há muito tempo que existe uma outra leitura do “movimento de expansão” (após as descobertas): é a de uma sangria horrível que despovoou a nação, submetendo-a a séculos de dependência sócio-económica e política”.

    Marie-Claude Murrõz em “As Variações de identidade” 1984

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  • Portugueses na primeira pagina - France Soir

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    EXPOSIÇÃO - O sonho  português  - A Emigração Portuguesa em França

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  • A PATRIA AGRADECIDA

    A PÁTRIA AGRADECIDA

     

    A expatriação apresenta-se hoje para a consciência dos Portugueses como uma fatalidade. Na realidade a explicação está nos imperativos estruturais e históricos, forjados no século XV, no começo da expansão marítima.

    Estes imperativos actuaram até 1974 – data em que ruía o império colonial. A emigração portuguesa sempre foi o contrário de uma certa forma de colonialismo, duma certa maneira de se estar no mundo, que hoje acabou para sempre.

    Joel Serrão - Historiador

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  • Emigrar para salvar o Imperio

    EMIGRAR PARA SALVAR O IMPÉRIO

     

    (Em cima à direita)

    Nos anos 60, a propaganda Salazarista (num livro de leitura para crianças de 10 anos) defende que emigrar só é uma vitória se for para ir para o Ultramar (as colónias).

    Enquanto isso, em 20 anos (de 1950 a 1970), dois milhões de portugueses fugiam à miséria e à guerra colonial, escapando-se para a Europa.

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  • Coragem - Fujamos

    CORAGEM, FUJAMOS!

     

    O povo português sofre desde há doze anos, uma hemorragia humana, só comparável, na história contemporânea, à dos Irlandeses e dos Italianos do Sul no fim do século passado.

    Philippe Noury, Le Figaro / 1 de Março de 1972

    Desde que em 1963 começa a vaga de imigração portuguesa para França, ninguém imaginava que os 50 000 portugueses que viviam então em França, seriam 800 000 quinze anos mais tarde.

    A imigração das mulheres portuguesas será a mais importante que a França tenha conhecido.

    Em quatro séculos de história, Portugal nunca tinha conhecido um tal êxodo. Em vinte anos, este país perde 2 milhões de habitantes, dos cerca de 8 milhões existentes. Uma incisão de 10% na população, a que alguém chamou “plebiscito pelos pés” conta a política económica e social conduzida por Salazar, desde os anos trinta.

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  • A Emigracão en sentido proibido

     A EMIGRAÇÃO

    EM SENTIDO PROIBIDO

     

    1603: Para travar a hemorragia humana, a seguir às descobertas, uma lei nas Ordenações de Filipe I, proíbe a emigração. Em

     

    1709 e 1711, foram adoptados dois Decretos que exprimiam a mesma preocupação.

     

    1720: Uma lei que só permitia a ida para o Brasil aos cidadãos investidos de funções, e isto “para impedir que desse Reino partam para as capitanias do Brasil as numerosas pessoas que em cada ano fogem, sobretudo da província do Minho, a qual, sendo a mais povoada, está hoje num tal estado que já não se encontram pessoas para trabalhar nas terras, nem para prestar serviços às populações.

     

    1947: Decreto-lei nº 36199 que suspende a emigração. “Considerando a necessidade de regulamentar a emigração portuguesa, tendo em conta a protecção devida aos emigrantes, os interesses económicos do país e a valorização dos territórios do ultramar pelo aumento da população branca”

     

    1954: Decreto-Lei nº 39749, que classifica a emigração clandestina como crime, estabelecendo sanções penais e atribuindo competências à PIDE para a reprimir.

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  • Fugir a miseria - Artigo : France Soir

    FUGIR À  MISÉRIA

    Abaixo a vida cara

     

     

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    Texto extraído do jornal France -Soir

     

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  • Fugir ao fascimo de Salazar - 20/10/1967

    FUGIR AO FASCISMO

     

    O governo português de Salazar representa uma das expressões mais retrogadas dos regimes fascistas, pela supressão de todas as liberdades democráticas (liberdade de associação, de informação, de opinião).

    Os partidos são proibidos, exceptuando o partido governamental. 

    O sindicato único (caricatura de um sindicalismo democrático) é controlado directamente pelo governo

    As greves são proibidas e relevam de legislação criminal.

    Os escritores são submetidos a uma censura minuciosa, as suas associações dissolvidas, e muitos deles são presos por delito de opinião.

    Portugal é o povo mais sub-desenvolvido da Europa. A grande maioria do povo vive na miséria. 40% dos portugueses são analfabetos.

    Largas camadas da população portuguesa são cada vez mais hostis à continuação dessa guerra impiedosa em Angola, Moçambique, Guiné e Cabo Verde. O serviço militar dura pelo menos 4 anos, e os jovens que recusam a guerra são cada vez mais numerosos, para não se transformarem em torturados, como eles dizem.

    Os estudantes, futuros oficiais, não querem aceitar responsabilidades nessas guerras.

    Para tentar vencer a oposição, cada vez mais forte, o governo de Salazar apoia-se na polícia política (PIDE), constituída com a ajuda e no modelo da Gestapo de Hitler, verdadeiro poder de opressão que substitui os tribunais em todos os casos de delitos políticos.

    Os agentes da PIDE torturam os presos e alguns não resistem aos longos interrogatórios de que são vítimas.

    A aplicação de medidas de “segurança” permite à polícia de “garder à vue” (quer dizer, prisão sem culpa formada), um “suspeito” durante seis meses.

    Após o julgamento e a sua condenação expirar, os prisioneiros políticos, considerados perigosos para o Estado, podiam ser encarcerados longos anos. Desta maneira, a condenação, mesmo mínima, podia-se transformar em prisão perpétua.

    O governo português isolava-se cada vez mais do seu povo e no plano internacional ainda encontra apoios e encorajamento.

     

    Hélène Scob /Cimade)

    20 de Outubro de 1967

    “Relatórios sobre os refugiados portugueses”

     

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  • Fugir a Guerra colonial

    FUGIR À  GUERRA

    (Em cima)

    Muitos recusam o serviço militar que dura 4 ou 5 anos: “se fossem 18 meses, ainda ficava, mas 5 anos é impossível...toda a gente vem para França por causa disso”. Muitos temem a tropa porque não querem ir para Angola. “Um amigo meu morreu em Angola e isso levou-me a vir para aqui...conhece-se a lista dos mortos dos outros, mas desconhecem-se as nossas...”

    Revista “Hommes et Migrations”, 10 Janeiro 1972

    (Ao meio)

    Apelo à deserção dos soldados portugueses em África.

    In “Os proletários não têm pátria, nº1, Fevereiro 1974

     

    (Em baixo)

    A meio dos anos 60, os movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné Bissau intensificaram o seu combate contra o colonialismo português.

    Rapidamente as guerras absorvem 42% do orçamento de Portugal, que tem de alimentar um exército de 200.000 homens. 5.000 vão morrer e 30.000 ficarão deficientes. Recusando 4 anos de uma guerra que não lhes diz respeito, mais de 100.000 jovens vão abandonar o país.

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  • Portugueses en serie negra

    DO IMPÉRIO

     

    À MALA DE CARTÃO

    «Para ser igual a ele mesmo, Portugal, que descobriu novos mundos, deveria hoje possuir naves espaciais e ser o primeiro a pousar em Marte ou na Lua».

     

    Gilbert Canne

     

    “Portugal”

     

    éd. O Atlas das Viagens

     

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