A comunidade portuguesa de Sens, a 125 km de Paris, está perplexa. Ninguém poderia imaginar que o sacerdote Gaston Borges, filho de emigrantes portugueses, pudesse ser detido. Muito menos por pedofilia.
Gaston Borges, nascido em Paris, em 1940, dirigia a pastoral dos portugueses da região, para além das funções que desempenhava na igreja francesa, na diocese de Sens-Auxerre. Era uma pessoa popular e querida entre os portugueses que ali vivem, principalmente pela mentalidade progressista, boa disposição e ligação especial que tinha com os mais jovens.
Era também assessor para os menores junto de um tribunal de Auxerre.
O sacerdote foi denunciado à polícia por um rapaz de 16 anos com quem terá passado a noite de Natal e detido no dia 27 de Dezembro. Nesse dia, foi encontrado com o afilhado de doze anos, cujos pais, depois de alertados pelas autoridades, o questionaram sobre possíveis actos de pedofilia por parte do padrinho. O casal acabou também por apresentar queixa contra o padre.
De acordo com a imprensa francesa, os habitantes da região ficaram igualmente chocados com a notícia. O próprio bispo de Sens, Yves Patenôtre, que afirmou ter por Gaston Borges um "enorme apreço", confessou estar "dolorosamente surpreendido."
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Este padre era assistente no tribunal para crianças ...
O Padre Gaston Borges esteve durante quinze anos como padre da prisão de Auxerre, e seis anos ao centro de detenção de Joux-la-Ville. Também foi igualmente durante quinze anos assessor no tribunal para crianças.
“ Quando passava na frente da prisão de Auxerre, aquilo nao me fazia absolutamente nada. Hoje, penso aos homens que estão de trás.
Quem são? Pascal dizia: “O homem não é nem anjo nem animal , e que quer fazer o anjo faz o animal.” Não são anjos, mas não também não dos animais. São muito simplesmente homens.
Há duas espécies de prisioneiros:
• as vítimas de uma vida que muito se deve com eles. Reencontraram-se do dia ao dia seguinte de trás as advocacias. É necessário ter- pena deles, levar-o no seu coração e os seus braços.
• os para que a prisão é a única solução. A prisão, é a pior das coisas, mas não há melhor. É a única alternativa para tornar certos homens mais perigosos.
Para nós, cristãos, o prisioneiro é um homem criado à imagem de Deus. “Estava prisão, e vieste de visitar-me”, diz-nos o Evangelho (Mt 25).
Que é importante para o prisioneiro, é que sairá um dia. É necessário ajudar a preparar este dia. Como homem, tem necessidade de um equilíbrio, nomeadamente familiar. As famílias às vezes são prejudicadas mais que as pessoas encarceradas, são mostradas do dedo pelo seu ambiente. Voluntários trabalham para o equilíbrio dos prisioneiros, como o AFAPA que acolhe as famílias e ajuda a recrear uma relação família-cativo.
O aumônier traz consolo moral e espiritual, e permite ao prisioneiro reencontrar a sua dignidade.
Era ao mesmo tempo o padre dos prisioneiros e do pessoal. Bons relações com os empregados ajudam a desfazer dificuldades.
A prisão é uma paróquia onde as missas de Natal reúnem 80% dos prisioneiros de origem europeia. É em prisão que muito encontrou para a primeira vez um padre. Dizia-me-se: “Vocês, pelo menos, ouve-nos. Com vocês, solicita-se sem estar a irritar-se.”
Fui assessor ao tribunal para crianças (TPE), como pessoa que trabalha em prol da juventude. Quinze anos durante, participei ao julgamento dos menores de 18 anos assistindo o juiz aos processos. Tentava-se único o educativo prémio sobre a repressão. Um TPE deve sobretudo ajudar jovens que, a maior parte do tempo, não foram favorecidos pela vida. É necessário permitir-lhes inserir-se numa sociedade onde nunca lugar realmente encontraram o seu.
O livrete Deus fonte de qualquer justiça convida a descobrir que há no meio do homem: encontrava os prisioneiros sobretudo com o meu coração. ”
Copiado do site da diocese de Sens : em Francês