Ok

En poursuivant votre navigation sur ce site, vous acceptez l'utilisation de cookies. Ces derniers assurent le bon fonctionnement de nos services. En savoir plus.

Tuga Magazine - Blog - Page 205

  • UM DOMINGO NO CAMPO

     

    medium_20.JPG

    UM DOMINGO NO CAMPO

     

    Fotos de um Álbum de Família

    Diálogo

    -É verdade que um operário pode ter carro? Uma televisão para cada um? É verdade?

    -Sim, em parte é verdade...

    Ele ouvia...

    -É verdade que lá em baixo (em França), o trabalhador, o pedreiro, vivem melhor do que aqui, mesmo se a vida é mais cara

    -Isso é verdade...

    -É verdade que um pedreiro chega a ganhar mais de 4 contos por mês?

    ( O tempo para multiplicar por 0,17 francos e de chegar aos 700 francos )

    -Sim, claro!

    -Três vezes mais que aqui. Cinco vezes mais que na agricultura (pensa ele, sonhador).

    Um momento de silêncio e ele desatou a rir

    “Vocês vão ver que aqui não demora muito que não fique ninguém”.

    Jornal France Soir, 8 Abril 1965

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • SÓ RESTAM SOMBRAS

    SÓ RESTAM SOMBRAS

     

     

    Em Cima à Esquerda (1)

    A nova vaga de emigração não poupou os centros urbanos que perderam de 20% a 25% da sua população activa. Certas vilas ou aldeias que foram, num passado recente, centros activos de apoio a regiões inteiras, quase desapareceram.

    Miranda do Douro, perto da fronteira espanhola, perdeu 73% da sua população.

    Revista Africasia – 10 de Janeiro 1972

    2 – A falta de operários agrícolas provocou um aumento dos salários, mas, ocasionalmente, também o abandono de numerosas explorações agrícolas. Só o trabalho das mulheres permitiu manter uma produção agrícola, destinada particularmente ao auto-consumo.

    São elas que nós vemos hoje nos campos.

    Jornal « Le Monde » - 28 Nov. 1970

     

    Em baixo (Poema)

     Os Homens abandonaram esta terra

    Eles não tinham mais nada a perder

    Eles não tinham mais nada a deixar

        Só restam sombras, sombras, sombras

                                            Manuel Alegre

     

     

    Título

    A SÉRIE NEGRA DOS PORTUGUESES

    Títulos de Imprensa com:acidentes, mortos, expulsões, vítimas de racismo, legislação para limitar a imigração, etc.

     

    medium_19.jpg
    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • O TRÁFICO DE BRANCOS

    O TRÁFICO DE BRANCOS

     

    (em cima à esquerda)

    Mais de 66% dos Portugueses que estão em França passaram as fronteiras clandestinamente.

    Os seus passaportes, são os da montanha, “a salto”. Atravessar a fronteira pelos montes, eis a salvação deles, sem carimbo da fronteira.

    Outros, que tentaram pedir um passaporte de emigrante, esperam seis meses, um ano, antes de terem uma resposta, que no fim é negativa. “Muito pobre, dizem-lhes, não podem ir para nenhum lado.

    Jean Erwan

    “Juri-Press”

    9 de Abril de 1970

    (em baixo à direita)

    Salvo-conduto atribuído aos “sem papeis” que chegam à fronteira desde 1968. A partir de 1971, com a circular Marcellin-Fontanet, este documento é obrigatório para a regularização.

    medium_14.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • O SALTO

    O SALTO

     

    (em cima à esquerda)

    O Salto, filme realizado em 1967, por Christian de Challonges.

    Interpretes principais: Marco Pico, Antonio Passalia e Ludmilla Michaël, com a colaboração, em todos os outros papeis, de emigrantes portugueses, actores não profissionais. “Este filme é a prova de uma situação escandalosa: a imigração dos trabalhadores portugueses.”

    (Ch.de C;)

    (em cima à direita)

    O salto é um filme sobre o olhar surpreendido, divertido, por vezes superficialmente inquieto, que António tem de Paris. Olhar onde transparece o cansaço e a decepção das esperas, das recusas grosseiras, dos falhanços. Olhar que não nos julga e que por isso mesmo se torna ainda mais acusador.

    Jean-Luc Pouillade, “Témoignage Chrétien” 4 de Janeiro de 1968.

    medium_13.jpg

     

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • A ROTA DA ESPERANÇA

    A ROTA DA ESPERANÇA

     

    “O Salto”. Eles transpõem “o grande passo”. Durante os últimos seis meses, todos os dias, eram cerca de trezentos que vinham juntar-se à colónia (portuguesa) em França, que conta já mais de quinhentas mil pessoas, e que decuplicou em dez anos, entre os quais 95% são “clandestinos”.

    “Quase todas as noites, em grupos de vinte ou trinta, transpunham a pé o rio Bidassoa, a montante de Biriatou.” Diz um habitante da região : estas expedições nocturnas revestiam-se de muitos perigos. No hospital de Bayonne, foram muitas vezes tratados portugueses, vítimas de quedas ou do frio da montanha. Alguns morreram durante a viagem. Alguns “passadores” aproveitavam-se da situação para espoliar  e saquear os clientes. Foi o caso de três portugueses, encontrados esganados e um outro chicoteado até à morte. Algumas sepulturas anónimas de cemitérios do País Basco espanhol, testemunham estas atrocidades: “mortos em fraude”...e a preço alto. Com efeito, há cinco anos, uma “passagem” custava em média 2000 Francos. Vários anos de economias.

    Francis CORNU

    Le Monde, 2 / 9 / 1970

    medium_12.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • VIAGEM AO FIM DA NOITE

    VIAGEM AO FIM DA NOITE

    (Em cima à esquerda)

    “Sete noites a andar...era preciso continuar com os homens, senão eles abandonavam-nos...nenhuma mulher aceitava a viagem se ela soubesse...era preciso ultrapassar montanhas, rios...caímos todos numa ribanceira, nem sei como não morremos”.

    (Ao meio)

    “Nós íamos de prisão em prisão, algemados, como se fossemos criminosos ou selvagens...”

    (Em baixo)

    “A neve não nos largava...demorámos um mês para chegar. Não sei como não morri”.

    (Ao centro)

    Os 84 portugueses pensavam encontrar o paraíso em França: condenados por entrada ilegal – 100 francos de multa.

    “Eu preferia morrer de fome em Portugal do que vir como vim. Se recomeçasse eu morria...quando já tinha passado a fronteira espanhola era capaz de voltar para traz se conhecesse o caminho; nem que perdesse o dinheiro da viagem...nunca permitirei a um filho meu vir desta maneira”.

    (Cima à direita)

    “Eles queriam abandonar-nos no meio da neve. Eles podiam matar-nos. Estávamos perdidos, não salvámos nada. Encontrámos um português que estava doente, depois de 3 dias na montanha ele não podia engolir nada de tanta febre que tinha”.

    (Ao centro)

    “O passador tinha prometido que não andávamos mais a pé e nós andámos todo o tempo, 82 hora a pé...estava tão cansado. Trouxe uma camisa e uma camisola. Deixei tudo...tinha tanto sono que abandonei tudo...atravessei três rios...era preciso entrar na água...”

    (Em baixo à direita)

    “Os animais vivos num vagão fechado eram clandestinos portugueses”

    Jornal France Soir, 9 Fevereiro 1964

    (Ao lado)

    “A viagem de camião é pior que a marcha a pé...sempre tudo fechado, sem se poder respirar, sentia-me tão mal que até desejava ser preso para voltar para Portugal”.

    (Em baixo – Título)

    ESGOTADO,COM OS PÉS GELADOS, O EMIGRANTE CLANDESTINO CAIU NUM PRECIPÍCIO

    Para chegar a França, 21 portugueses (entre os quais 5 mulheres, uma criança de 5 anos e 2 bebés) caminharam durante 27 dias.

    medium_11.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • ENQUANTO HOUVER EMIGRANTES

    ENQUANTO HOUVER EMIGRANTES

     

    (Em cima à esquerda)

    “É um outro Portugal, não somente o nosso recanto na peninsula e nas ilhas, não somente este império que atravessou tantas fases, fez-se e desfez-se, mas um Portugal maior no mundo: este acto heroico daqueles que partiram daqui para trabalhar em outras civilizações”

    Vitorino Magalhães Godinho

    Historiador. Discurso no dia de Portugal e de Camões, Vila Real , Junho 1979

     

    (Em baixo à direita)

    “O paralelo feito pelos governantes portugueses entre emigração e período das descobertas é falso: um era um movimento de expansão, o outro é a auto-destruição dum povo que se dissolve ele mesmo”

    Marie-Claude Munoz

     

    medium_5.jpg
    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • Portugueses na primeira pagina - France Soir

    medium_36.jpg
    EXPOSIÇÃO - O sonho  português  - A Emigração Portuguesa em França

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • EMIGRAÇÃO PERPÉTUA ?

    EMIGRAÇÃO PERPÉTUA ?

     

    (À esquerda)

    “Os homens e as mulheres que deixaram e ainda deixam Portugal, dão-nos o exemplo do que é possível realizar, quando a vontade, a inteligência e o esforço dos portugueses se conjugam com a nossa identidade nacional de porto aberto aos outros povos”.

    General Eanes – presidente da República, 10 Junho 1981

    (À direita)

    “Há muito tempo que existe uma outra leitura do “movimento de expansão” (após as descobertas): é a de uma sangria horrível que despovoou a nação, submetendo-a a séculos de dependência sócio-económica e política”.

    Marie-Claude Murrõz em “As Variações de identidade” 1984

    medium_7.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • A PATRIA AGRADECIDA

    A PÁTRIA AGRADECIDA

     

    A expatriação apresenta-se hoje para a consciência dos Portugueses como uma fatalidade. Na realidade a explicação está nos imperativos estruturais e históricos, forjados no século XV, no começo da expansão marítima.

    Estes imperativos actuaram até 1974 – data em que ruía o império colonial. A emigração portuguesa sempre foi o contrário de uma certa forma de colonialismo, duma certa maneira de se estar no mundo, que hoje acabou para sempre.

    Joel Serrão - Historiador

    medium_6.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • Emigrar para salvar o Imperio

    EMIGRAR PARA SALVAR O IMPÉRIO

     

    (Em cima à direita)

    Nos anos 60, a propaganda Salazarista (num livro de leitura para crianças de 10 anos) defende que emigrar só é uma vitória se for para ir para o Ultramar (as colónias).

    Enquanto isso, em 20 anos (de 1950 a 1970), dois milhões de portugueses fugiam à miséria e à guerra colonial, escapando-se para a Europa.

    medium_4.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • Coragem - Fujamos

    CORAGEM, FUJAMOS!

     

    O povo português sofre desde há doze anos, uma hemorragia humana, só comparável, na história contemporânea, à dos Irlandeses e dos Italianos do Sul no fim do século passado.

    Philippe Noury, Le Figaro / 1 de Março de 1972

    Desde que em 1963 começa a vaga de imigração portuguesa para França, ninguém imaginava que os 50 000 portugueses que viviam então em França, seriam 800 000 quinze anos mais tarde.

    A imigração das mulheres portuguesas será a mais importante que a França tenha conhecido.

    Em quatro séculos de história, Portugal nunca tinha conhecido um tal êxodo. Em vinte anos, este país perde 2 milhões de habitantes, dos cerca de 8 milhões existentes. Uma incisão de 10% na população, a que alguém chamou “plebiscito pelos pés” conta a política económica e social conduzida por Salazar, desde os anos trinta.

    medium_15.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • A Emigracão en sentido proibido

     A EMIGRAÇÃO

    EM SENTIDO PROIBIDO

     

    1603: Para travar a hemorragia humana, a seguir às descobertas, uma lei nas Ordenações de Filipe I, proíbe a emigração. Em

     

    1709 e 1711, foram adoptados dois Decretos que exprimiam a mesma preocupação.

     

    1720: Uma lei que só permitia a ida para o Brasil aos cidadãos investidos de funções, e isto “para impedir que desse Reino partam para as capitanias do Brasil as numerosas pessoas que em cada ano fogem, sobretudo da província do Minho, a qual, sendo a mais povoada, está hoje num tal estado que já não se encontram pessoas para trabalhar nas terras, nem para prestar serviços às populações.

     

    1947: Decreto-lei nº 36199 que suspende a emigração. “Considerando a necessidade de regulamentar a emigração portuguesa, tendo em conta a protecção devida aos emigrantes, os interesses económicos do país e a valorização dos territórios do ultramar pelo aumento da população branca”

     

    1954: Decreto-Lei nº 39749, que classifica a emigração clandestina como crime, estabelecendo sanções penais e atribuindo competências à PIDE para a reprimir.

    medium_3.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • Fugir a miseria - Artigo : France Soir

    FUGIR À  MISÉRIA

    Abaixo a vida cara

     

     

    medium_d.jpg

    Texto extraído do jornal France -Soir

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 0 commentaire
  • Fugir a Guerra colonial

    FUGIR À  GUERRA

    (Em cima)

    Muitos recusam o serviço militar que dura 4 ou 5 anos: “se fossem 18 meses, ainda ficava, mas 5 anos é impossível...toda a gente vem para França por causa disso”. Muitos temem a tropa porque não querem ir para Angola. “Um amigo meu morreu em Angola e isso levou-me a vir para aqui...conhece-se a lista dos mortos dos outros, mas desconhecem-se as nossas...”

    Revista “Hommes et Migrations”, 10 Janeiro 1972

    (Ao meio)

    Apelo à deserção dos soldados portugueses em África.

    In “Os proletários não têm pátria, nº1, Fevereiro 1974

     

    (Em baixo)

    A meio dos anos 60, os movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné Bissau intensificaram o seu combate contra o colonialismo português.

    Rapidamente as guerras absorvem 42% do orçamento de Portugal, que tem de alimentar um exército de 200.000 homens. 5.000 vão morrer e 30.000 ficarão deficientes. Recusando 4 anos de uma guerra que não lhes diz respeito, mais de 100.000 jovens vão abandonar o país.

    medium_c.jpg

     

    Lien permanent Catégories : Fr - Museu do Emigrante 1 commentaire