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De : Opinião.do.Cidadão
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Envoyé : vendredi 15 décembre
2006 03:25
À : Undisclosed-Recipient:;
Objet : pêlos das orelhas.
EXTRACTOS DO
LIVRO DA CAROLINA, 2ª Dama DO PINTO DA COSTA:
"Cortava-lhe as unhas dos pés e aparava-lhes os pêlos das
orelhas."
No início do livro, Carolina revela que conheceu o presidente do
FC
Porto, com a mediação de Reinaldo Teles, um dos homens da SAD
portista
que frequentava o Calor da Noite, bar de alterne, onde a autora
trabalhava madrugada dentro.
Joaquim Oliveira, empresário dos media, também frequentava o local
assiduamente, e quando surgia era "sinónimo de festa de
arromba".
"As minhas pernas começaram a tremer, senti um frio no estômago
e tive
que sair da pista de dança", lembra quando viu Pinto da Costa
pela
primeira vez.
"Previ que estava a nascer um grande amor e não me enganei.
Dançámos
três músicas seguidas e a sensação que tinha era que apenas
existíamos
nós, não havia ninguém em volta. Fez-me sentir uma verdadeira
princesa", confessa.
"Certa noite, ao despedir-se de mim, não me deu um beijo na
cara, como
era usual, mas um beijo na boca estava completamente
apaixonada."
"Demorei uma eternidade na casa de banho a tentar evitar o
inevitável.
Ele já me esperava, pacientemente, na cama. E vivi uma linda e
inesquecível noite de amor."
"Confessou-me que tinha encetado uma relação com a jornalista Maria
Elisa, que já terminara,
devido ao consumismo extremo de que ela
padecia."
THE BEST OF
"Tendo problemas de flatulência de vez em quando descuidava-se
em
cerimónias oficiais, levando-me a acender, de imediato, um cigarro
para disfarçar o odor."
"Cortava-lhe as unhas dos pés e aparava-lhes os pêlos das
orelhas."
ARBITRAGEM
(Mas alguém ficou surpreendido? Isto já eu sei desde os meus 12
anos)
"Sempre que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o
árbitro tinha
prejudicado o FC Porto, ligava ao senhor José António Pinto
de Sousa,
presidente do Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone,
começando por manifestar a sua indignação perante a incompetência do
árbitro, mas acabando sempre por marcar um jantar para fazer as
pazes." Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram
visitas de nossa
casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser muito cuidadoso,
Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de
o
fazer, visto que eles iam lá a casa para confraternizar. "
FUTEBOL
(Antes de Português é Portoguês. Mas isto toda a gente já sabia)
"O Jorge Nuno alterou-se com o
senhor Scolari quando percebeu
que este
não cederia às suas vontades. O que incomodava Jorge Nuno era o
facto
de toda a gente ter percebido que o presidente do FC Porto perdera o
poder que gostava de ostentar sobre todos os aspectos do futebol
português, incluindo a equipa de todos nós. Conheço casas onde o
desaire [refere-se à derrota de Portugal na final do Euro 2004 com a
Grécia] foi festejado com a abertura de uma garrafa de champanhe. A
minha, por exemplo. E assumo o risco da impopularidade que uma
revelação destas pode causar. Politicamente falando era intolerável
para o Jorge Nuno ter de suportar a vitória portuguesa no Euro 2004,
que, para ele, não seria mais do que o sucesso de Scolari contra a
sua
pessoa",
APITO DOURADO
(Coitado do António Araújo. Não tinha nada de ser o elo
mais fraco. É
a chamada solidariedade profissional)
"Foi o doutor Lourenço Pinto quem, às sete da manhã, nos
telefonou
para casa avisando que o major, o doutor Pinto de Sousa e alguns
funcionários da Câmara de Gondomar tinham recebido a visita da PJ. O
Jorge Nuno ficou deveras perturbado com o que estava a acontecer ao
major. Receava que o major ou Pinto de Sousa falassem de mais. Esta
era a sua preocupação",
"À mesa fomos informados com pormenor da situação. Na manhã do
dia
seguinte, uma brigada da PJ iria entrar na nossa casa e na casa de
Reinaldo Teles com mandados de busca e de detenção (...) Foi muito
acentuado que os agentes eram de Lisboa, como se por isso o perigo
triplicasse, o que não me pareceu uma análise correcta. (...) Quer o
Jorge Nuno, quer o Reinaldo Teles ficaram petrificados com as
informações. O Reinaldo ficou branco, quanto ao Jorge Nuno, o que
ouviu, da boca do dr. Lourenço Pinto , deu-lhe positivamente a volta
à
barriga. Não havia tempo a perder. O Jorge Nuno tinha de sair do
país", diz. António Araújo não foi avisado, segundo Carolina Salgado, por ser "o
elo mais fraco" e para que a estratégia montada
"funcionasse na
perfeição". A mãe de Carolina estava incumbida
de atender os agentes da PJ, tendo de dizer a frase previamente combinada:
"O senhor Jorge Nuno e a
esposa aproveitaram o feriado para dar um passeio." Isto numa
altura
em que o casal se encontrava na Galiza.
Como curiosidade, a mulher de Reinaldo Teles recebeu os agentes da
PJ
com uma frase elucidativa da sua seriedade: "Não dormiu cá. De
certeza
que passou a noite com alguma amante!"
Reinaldo Teles pernoitou num hotel do Porto.
Carolina Salgado lembra que ela e
Pinto da Costa resolveram deixar o
cofre da casa aberto, "numa atitude de descaramento e
provocação".
Já em Espanha, "Jorge Nuno acusava o Major de ter falado de
mais e não
ter cuidado".
"Se, por acaso, Jorge Nuno ficasse detido por ordem da juíza,
tal como
aconteceu com o major, os Super Dragões invadiriam o Tribunal,
destruindo tudo à sua passagem, e libertariam o presidente. Cá fora,
eu estaria à sua espera num local previamente combinado e fugiríamos
para Espanha, de onde só regressaríamos sabe-se lá quando. "
MOURINHO
(O Mourinho é o maior)
O presidente do FC Porto ultrapassou bem o incómodo que a forte
personalidade de Mourinho, a sua empatia com o clube e com os
adeptos,
a unanimidade que causava na imprensa, lhe causavam, a ele que
estava
habituado a ser o maior dos maiores (...) O que o Jorge Nuno não
ultrapassou foi o facto provado de que, para sair do FC Porto, o
Mourinho utilizou uma estratégia mais inteligente do que a
estratégia
do presidente; e a isto não estava o Jorge Nuno acostumado e doeu-lhe
muitíssimo
José Mourinho rasgou a camisola do jogador do Sporting, Rui
Jorge",
diz a antiga companheira de Pinto da Costa, reportando-se ao empate
entre leões e dragões, a 1 de Fevereiro de 2004.
"Este acto do Mourinho provocou a fúria dos adeptos do
Sporting, que
me insultaram, quando me dirigia para o parque de estacionamento (a
que não deveriam ter acesso...), e foi o próprio Rui Jorge que,
saindo
do seu carro, acorreu em minha defesa, dizendo que eu não tinha nada
a
ver com o acontecido", conta, numa revelação surpreendente.
Luis Filipe Vieira
(Gostei da parte da apatia do Jorge Nuno)
Ali chegada (Estádio da Luz) primei pela educação, numa atitude
provocatória. Recusei cumprimentar o senhor Luís Filipe Vieira
deixando-o de mão estendida. Depois fui para a casa de banho retocar
a
maquilhagem, perante o horror das senhoras do Benfica que nem
conseguiam olhar para mim a direito. Pelo telemóvel, ir contando
estes
meus passos que rejubilava. És um espectáculo, Carolina', dizia,
pedindo-me que lhe contasse todos os pormenores", sublinha.
Na temporada seguinte, Luís Filipe Vieira tinha decidido não deixar
Carolina entrar na tribuna. Então, a companheira de Pinto da Costa
decidiu ir para a bancada, na companhia dos Super Dragões,
acompanhada
de uma tarja direccionada ao líder encarnado.
Pinto da Costa quando viu a tarja, que dizia "Ó orelhas, estou
aqui",
ficou radiante. "O Jorge Nuno, hiper-feliz, mandava-me
mensagens
apaixonadas: 'Ouve lá, estás em grande' e 'Espectáculo'",
refere.
No final do encontro José Veiga e Luís Filipe Vieira insultaram
Carolina "de todas as
maneiras e feitios, com alusões ao Calor da
Noite", o que desagradou a cônjuge de Pinto da Costa.
"Fiquei triste não pelo que eles disseram, mas pela apatia do
Jorge
Nuno que vi, pela televisão, encostado a um canto da sala de
imprensa,
sem a menor disponibilidade para reagir ao achincalho que, para
todos
os efeitos, eu, a sua mulher, estava ali a sofrer", destaca.
RICARDO BEXIGA
(Coitado do Bexiga...
Mijou-se todo)
Há que limpá-lo", disse Pinto da Costa relativamente a Ricardo
Bexiga,
vereador socialista da Câmara Municipal de Gondomar e alegado
delator
das irregularidades naquela edilidade.
Carolina conta que se prestou ao
serviço "mais desgraçado e degradante" da sua vida. Então,
alegadamente, Pinto da Costa, "com as suas ligações ao
submundo", disse a Carolina quem é que ela
deveria contratar para
bater no vereador.
"Explicou-me como deveria actuar, pagando metade do preço à
entrada e
outra metade à saída, ou seja, antes e depois da agressão. O serviço
custava 10 mil euros, dinheiro que me entregou sempre em notas e que
retirou de uma grande gaveta da cómoda do nosso quarto, na Madalena,
gaveta que, para meu espanto, estava sempre a abarrotar de dinheiro
vivo", lembra.
Depois de Ricardo Bexiga ter sido agredido, Carolina Salgado teve um
rebate de consciência, tendo desabafado o seu arrependimento com
Lourenço Pinto, que teve uma tirada deliciosa.
"Oh, minha querida, mas ele ficou a falar!", ao que Carolina
respondeu: "Mas eles partiram-no todo." Lourenço
Pinto não modificou o
discurso: "Sim, mas ficou a falar."
Carolina revela ainda que pediu
desculpa a Ricardo Bexiga e que esse
episódio "foi o princípio do fim" da sua relação com Pinto da Costa.