Para os mais arredados da política, esta é a segunda semana consecutiva em que aqui trazemos à baila questões associadas à Pombal Viva. Mas mesmo para aqueles a quem a política diz pouco ou nada, importa ter em conta que há questões fulcrais e que não podem passar em branco, não dissessem elas respeito a qualquer um dos munícipes deste concelho, ao ponto de mexerem com os bolsos de todos aqueles que aqui pagam os seus impostos.
Depois de, em Setembro último, João Vila Verde ter anunciado um défice nas contas do Bodo próximo dos 100 mil euros, sabe-se agora que os números são bem mais caóticos do que o revelado na altura.
Ao que consta, a derrapagem ronda os 300 mil euros.
Muito dinheiro, de facto, se tivermos em conta a conjuntura difícil que o país atravessa, o muito que continua por fazer no concelho, quase sempre por falta de verbas, diz quem manda, e por aí adiante... Gestão danosa? Irresponsabilidade? Incompetência?
Provavelmente se estes mesmos números tivessem sido apresentados em Setembro, a estupefacção não teria sido tão grande, até porque qualquer leigo percebia que as contas não podiam ser as melhores.
O mais grave no meio de tudo isto é que só agora, sete meses volvidos, se vem a saber que, afinal, o cenário é bem mais catastrófico. Mas porquê só agora, quando as despesas apresentadas já eram conhecidas? Falar em despesas imprevistas chega a roçar o cómico! Mais ainda, sabendo-se destes números volta a apresentar-se o Bodo com pompa e circunstância como se nada fosse e, como sempre, numa festa para os “amigos e barões”, como o próprio Narciso Mota se referiu àqueles para quem habitualmente estão reservadas as mesas do Café Concerto.
E quanto a consequências? Narciso Mota diz que foi iludido por Vila Verde e o administrador executivo refugia-se nas despesas imprevistas. Segue-se agora uma auditoria externa às contas e vamos ver no que dá. Em nada, pensará, e com razão, a maioria.
No final de tudo isto, parece que se quer apontar culpas apenas ao Revisor Oficial de Contas, que terá que ceder o lugar a outro, como se fosse o verdadeiro culpado por este descalabro.
O mesmo Revisor Oficial de Contas que emitiu um parecer onde chama a atenção para o facto de o resultado líquido da Pombal Viva ter originado a perda de mais de metade do seu capital social.
Em suma, e tecnicamente, é caso para dizer que a empresa municipal poderá estar FALIDA ou à beira da FALÊNCIA!
Digamos que a oposição, se quiser, tem aqui uma oportunidade de ouro para trazer a lume um conjunto de questões que continuam por esclarecer.
E já que falamos em oposição, diz-se nos bastidores que Adelino Mendes deverá ser o candidato.
+ MANUELA FRIAS +
In - Correio de Pombal