Terão sido os ciúmes que levaram Paulo, de 43 anos, a assassinar, de forma violenta, o seu companheiro, José (37 anos), com o qual vivia há cerca de oito meses. A notícia abalou o Carriço, até porque a vítima era considerada “uma pessoa impecável” pelos vizinhos e amigos.
Paulo ainda tentou encobrir o crime, dizendo que teria ouvido dois tiros no exterior e encontrado a vítima já morta, mas rapidamente a Polícia Judiciária (PJ) desvendou o caso e acabou por detê-lo. Paulo já confessou a autoria do homicídio.
José, que trabalhava por turnos numa empresa de reciclagem de vidro na Gala, Figueira da Foz, terá saído do trabalho à meia-noite. Paulo, manobrador de máquinas em Coimbra, já estaria em casa, onde terá chegado por volta das 19 horas. Ambos eram divorciados e têm um filho dos respectivos casamentos. Às 00.45h, Paulo telefonou para a GNR dando conta do crime ocorrido na casa que habitava, junto ao cemitério do Carriço.
A primeira indicação que havia era de que o crime teria sido praticado por desconhecidos. As diligências levadas a cabo pela PJ levaram à detenção de Paulo, por volta das 06.30h. Segundo fonte da PJ referiu à Agência Lusa, “a morte foi extremamente violenta. A vítima foi amarrada nos pés e mãos, amordaçada com fita adesiva, e os dois tiros foram feitos a curta distância”. A mesma fonte refere ainda que o crime se assemelha a uma execução. Os disparos, efectuados por uma pistola de calibre 6,35mm que o suspeito escondeu mas que entretanto foi recuperada, terão atingido José numa mão e na cabeça.
O crime deverá sido praticado no interior da residência, mas o corpo foi levado para o terreno agrícola nas traseiras, o qual vítima e agressor tratavam com dedicação, segundo relatos dos vizinhos. Ao final da manhã, no terreno eram ainda visíveis duas manchas de sangue. O detido foi ouvido ontem no tribunal de Pombal.
Funeral realiza-se hoje
O vizinho Aires de Oliveira nem queria acreditar quando soube do sucedido. Diz que a vítima era excelente pessoa e muito trabalhadora. No Natal e Páscoa era hábito a vítima fazer um bolo e levar a casa do vizinho. Aires de Oliveira não ouviu nada de suspeito na noite do crime, apenas tomando conhecimento do ocorrido pela manhã. Na terça-feira, a viatura do agressor continuava estacionada junto à casa.
O funeral de José realiza-se hoje, na localidade de Matas do Louriçal, de onde era natural.
In : Correio de Pombal