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Tá chegando a hora da vacina Quem viver verá
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Bombeiros de Esposende estão de luto
O acidente ocorreu domingo, cerca das 17h00, quando os bombeiros seguiam num auto-tanque de Esposende para Fafe para combaterem um incêndio. Três dos cinco bombeiros que seguiam na viatura morreram. Os dois feridos foram transportados para o Hospital de Guimarães e, “esta manhã, foram transferidos para Esposende”, adiantou Juvenal Campos.
“Por uma questão de precaução, vão continuar internados, até porque “além de feridos, estão muitos abalados e estão a receber apoio psicológico” com técnicos disponibilizados pela unidade de saúde e também pela Câmara de Esposende, acrescentou o responsável. -
Sete raparigas morreram em acidente em Penafiel
Tânia Silva e as amigas queriam festejar a passagem para o 3º ano do curso de Contabilidade que frequentavam em Penafiel. Sem que os pais soubessem, a jovem levou para a escola a carrinha da mãe, uma Renault Kangoo. A ideia era simples: no fim das aulas iam todas dar um passeio. Só que para as sete jovens que seguiam na carrinha de dois lugares – duas iam à frente e cinco seguiam na mala – o dia terminou em tragédia.
Na variante de Cavalum, sentido Amarante/Penafiel, o veículo em que seguiam e que era conduzido por Tânia despistou-se e colidiu frontalmente com uma carrinha. Tânia Silva, Andreia Ventura, Cláudia Cancela, Fernanda Rocha, Tânia Moreira, Carla Calisto e Célia Santos tiveram morte imediata. As cinco primeiras residiam em Penafiel, enquanto as duas últimas moravam em Lousada e Paredes. Dois dos ocupantes do outro veículo sofreram ferimentos sem gravidade e foram para o Hospital de Penafiel.
Ontem à tarde, os gritos de dor e revolta ecoavam em cada uma das casas das vítimas. A maioria dos familiares teve mesmo de ser transportada ao hospital.
Em Rio de Moinhos, a família de Tânia Silva, a condutora do veículo, era o espelho do sofrimento. Com as lágrimas a correr pela face, Maria Rodrigues, mãe da jovem, recusava-se a acreditar que perdera 'a sua menina'. 'Não consigo acreditar que te perdi. Vou morrer atrás de ti, filha. Não aguento viver sem ti, eras tudo o que eu tinha na vida', dizia num choro compulsivo.
Maria só deu conta de que Tânia tinha levado a carrinha quando o presidente da Junta de Rio de Moinhos bateu à porta de casa e lhe disse que a filha tinha morrido. 'Estão muito transtornados. A menina ia sempre para a escola de autocarro. Não sabem por que motivo levou a carrinha', contou ao CM uma amiga da família.
'NEM TIVE CORAGEM DE OLHAR'
Brígida Gaspar, de 32 anos, seguia na carrinha Mercedes em que as vítimas embateram. Sofreu alguns ferimentos, mas o choque pela morte das jovens é muito maior. 'Vi a carrinha a aparecer, elas a despistarem-se e senti o choque. Foi tudo muito rápido, mas foram segundos de terror. Quando sai nem tive coragem de olhar. Foi horrível.'
VÍTIMAS:
Fernanda Rocha,19 anos, morava em Rio Moinhos, Penafiel
Cláudia Cancela, 19 anos, residia em Pinheiro, Penafiel
TâniaMoreira, 18 anos, morava na freguesia de Marecos, Penafiel
TâniaSilva, 18 anos, seguia ao volante. Residia em Rio Moinhos, Penafiel
CarlaCalisto, 17 anos, morava na freguesia de Meinedo, Lousada
Célia Santos, 17 anos, vivia na freguesia de Duas Igrejas, em Paredes
Andreia Ventura, 18 anos, residia na freguesia de Abragão, em Penafiel
NOTAS
FUNERAIS: CERIMÓNIAS SEPARADAS
Os corpos das sete jovens serão hoje autopsiados. É já certo que o funeral das vítimas será realizado em cerimónias separadas, no entanto a data e a hora ainda não estão marcadas
PAI: 'SONHO POR ACABAR'
'Ela era muito esforçada e inteligente. Sempre lutou para acabar o curso e faltava pouco para concretizar o seu sonho', contou ao ‘CM’ José, pai de Fernanda Rocha, uma das vítimas
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Os seis mortos em acidente em Espanha eram da região centro
Seis portugueses mortos e um sétimo gravemente ferido. É este o balanço trágico de mais um acidente em estradas espanholas. Na A62, a ‘estrada da morte’ para os emigrantes lusos, junto a Palência, uma carrinha de trabalhadores portugueses colidiu ontem com um camião também português.
Seis operários que regressavam a Portugal (vindos de França) tiveram morte imediata. Sobe assim para 18 o número de portugueses mortos só este ano em estradas espanholas.
As vítimas, entre os 32 e os 55 anos, são da zona Centro – quatro de Ourém, uma de Ferreira do Zêzere e outra de Tomar – e duas eram pai e filho. Trabalhavam para a empresa luso-espanhola Elitibérica. As causas do acidente ainda estão por apurar, mas as autoridades espanholas assumem que o condutor da carrinha terá adormecido.
'Foi um choque muito violento. A carrinha perdeu o controlo, talvez porque o condutor tenha adormecido. Ficou destruída e as pessoas presas no interior. Apenas um foi cuspido, mas teve morte imediata', conta uma testemunha. Os ocupantes de um automóvel que circulava atrás do camião testemunharam a tragédia. 'Íamos ultrapassar o camião quando de repente...', recorda uma mulher, ainda em estado de choque, sem retirar o olhar do local dos cadáveres. 'Salvamo-nos por dois segundos', diz o condutor, retirando de cima do carro destroços da carrinha. O acidente ocorreu pelas 14h48 (13h48 em Portugal), perto da localidade de
Torquemada, ao quilómetro 71 da A62, que liga Burgos a Salamanca. O único sobrevivente, António Cordeiro Leitão, 51 anos, residente em Lisboa e condutor do camião, foi transportado em estado grave para o Hospital General de Palência, onde não corre perigo de vida.
Os cadáveres foram levados para a morgue municipal de Palência, onde serão hoje autopsiados e entregues às famílias. O embaixador em Madrid e o cônsul estavam ontem a desenvolver diligências para acelerar o processo.
'VI-OS VOAR POR CIMA DE MIM'
António Leitão, de 51 anos, não compreende as circunstâncias do acidente. 'Só os vi voar por cima de mim. Foi uma questão de segundos. Pensei que ia morrer', contou ao ‘CM’ o camionista envolvido no acidente. António, que está hospitalizado em Palência, dirigia-se para França. 'Ia a 90 km/h. Entrei em pânico quando me disseram que morreram seis portugueses. Não tive culpa', acrescentou, a chorar, o único sobrevivente da tragédia.
CINCO TERRAS DE LUTO
A maioria das famílias das vítimas do acidente (quatro do concelho de Ourém, uma de Ferreira do Zêzere e outra de Tomar) apenas teve conhecimento da tragédia ao fim do dia, pelos jornalistas ou através da internet.
Em Caxarias, Ourém, onde residiam duas das vítimas (Telmo, 32 anos, e António Lopes, 55 anos, filho e pai), a notícia só foi conhecida às 18h00.
'Foi um choque brutal. A família ainda está a tentar perceber o que aconteceu', disse ao CM Natália Nunes, presidente da Junta de Caxarias, pouco depois de saber do sucedido, durante a Assembleia Municipal de Ourém. A autarca abandonou os trabalhos para ir apoiar as famílias. A autarca estava particularmente emocionada porque Telmo Lopes era filho de uma funcionária da junta. Ambos os homens pertenceram aos bombeiros voluntários locais.
Na freguesia vizinha de Rio de Couros, na Sandoeira e Marta de Cima, residiam mais dois dos mortos, António Coelho, 49 anos, e Luís Antunes, 42 anos. 'Só soubemos do que aconteceu por uma notícia da internet, que foi lida por um sobrinho que estava em Castelo Branco e telefonou', explicou uma familiar de Luís Antunes.
A outra vítima é António José da Conceição, 46 anos, de Santa Maria dos Olivais, concelho de Tomar. O sexto falecido, Agostinho Antunes, 50 anos, residia em Chãos, Ferreira do Zêzere.
Os seis portugueses estavam a trabalhar numa obra em Rènnes, França, e regressavam a casa para passar o fim-de-semana com os familiares, onde só vinham a cada cinco semanas.
NOTAS
DEMORA: PRESOS NOS DESTROÇOS
Os bombeiros demoraram cerca de uma hora para conseguir retirar as vítimas dos destroços da Fiat Ducato. Ficaram presos na amálgama de chapa torcida.
A62: 16 MORTOS EM CINCO ANOS
A A62 liga Portugal ao resto da Europa através de Vilar Formoso. É a ‘estrada da morte’ dos portugueses. Dezasseis trabalhadores portugueses já lá morreram nos últimos cinco anos.
CAMIÃO: EMPRESA DA NAZARÉ
O camião, da empresa HortoFrades, de Valado de Frades, Nazaré, levava uma carga de pêras. Terá arrastado a carrinha dos trabalhadores durante cerca de cem metros.