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Os seis mortos em acidente em Espanha eram da região centro

cav.jpegSeis portugueses mortos e um sétimo gravemente ferido. É este o balanço trágico de mais um acidente em estradas espanholas. Na A62, a ‘estrada da morte’ para os emigrantes lusos, junto a Palência, uma carrinha de trabalhadores portugueses colidiu ontem com um camião também português.

Seis operários que regressavam a Portugal (vindos de França) tiveram morte imediata. Sobe assim para 18 o número de portugueses mortos só este ano em estradas espanholas.

As vítimas, entre os 32 e os 55 anos, são da zona Centro – quatro de Ourém, uma de Ferreira do Zêzere e outra de Tomar – e duas eram pai e filho. Trabalhavam para a empresa luso-espanhola Elitibérica. As causas do acidente ainda estão por apurar, mas as autoridades espanholas assumem que o condutor da carrinha terá adormecido.

'Foi um choque muito violento. A carrinha perdeu o controlo, talvez porque o condutor tenha adormecido. Ficou destruída e as pessoas presas no interior. Apenas um foi cuspido, mas teve morte imediata', conta uma testemunha. Os ocupantes de um automóvel que circulava atrás do camião testemunharam a tragédia. 'Íamos ultrapassar o camião quando de repente...', recorda uma mulher, ainda em estado de choque, sem retirar o olhar do local dos cadáveres. 'Salvamo-nos por dois segundos', diz o condutor, retirando de cima do carro destroços da carrinha. O acidente ocorreu pelas 14h48 (13h48 em Portugal), perto da localidade de

Torquemada, ao quilómetro 71 da A62, que liga Burgos a Salamanca. O único sobrevivente, António Cordeiro Leitão, 51 anos, residente em Lisboa e condutor do camião, foi transportado em estado grave para o Hospital General de Palência, onde não corre perigo de vida.

Os cadáveres foram levados para a morgue municipal de Palência, onde serão hoje autopsiados e entregues às famílias. O embaixador em Madrid e o cônsul estavam ontem a desenvolver diligências para acelerar o processo.

'VI-OS VOAR POR CIMA DE MIM'

António Leitão, de 51 anos, não compreende as circunstâncias do acidente. 'Só os vi voar por cima de mim. Foi uma questão de segundos. Pensei que ia morrer', contou ao ‘CM’ o camionista envolvido no acidente. António, que está hospitalizado em Palência, dirigia-se para França. 'Ia a 90 km/h. Entrei em pânico quando me disseram que morreram seis portugueses. Não tive culpa', acrescentou, a chorar, o único sobrevivente da tragédia.

CINCO TERRAS DE LUTO

A maioria das famílias das vítimas do acidente (quatro do concelho de Ourém, uma de Ferreira do Zêzere e outra de Tomar) apenas teve conhecimento da tragédia ao fim do dia, pelos jornalistas ou através da internet.

Em Caxarias, Ourém, onde residiam duas das vítimas (Telmo, 32 anos, e António Lopes, 55 anos, filho e pai), a notícia só foi conhecida às 18h00.

'Foi um choque brutal. A família ainda está a tentar perceber o que aconteceu', disse ao CM Natália Nunes, presidente da Junta de Caxarias, pouco depois de saber do sucedido, durante a Assembleia Municipal de Ourém. A autarca abandonou os trabalhos para ir apoiar as famílias. A autarca estava particularmente emocionada porque Telmo Lopes era filho de uma funcionária da junta. Ambos os homens pertenceram aos bombeiros voluntários locais.

Na freguesia vizinha de Rio de Couros, na Sandoeira e Marta de Cima, residiam mais dois dos mortos, António Coelho, 49 anos, e Luís Antunes, 42 anos. 'Só soubemos do que aconteceu por uma notícia da internet, que foi lida por um sobrinho que estava em Castelo Branco e telefonou', explicou uma familiar de Luís Antunes.

A outra vítima é António José da Conceição, 46 anos, de Santa Maria dos Olivais, concelho de Tomar. O sexto falecido, Agostinho Antunes, 50 anos, residia em Chãos, Ferreira do Zêzere.

Os seis portugueses estavam a trabalhar numa obra em Rènnes, França, e regressavam a casa para passar o fim-de-semana com os familiares, onde só vinham a cada cinco semanas.

NOTAS

DEMORA: PRESOS NOS DESTROÇOS

Os bombeiros demoraram cerca de uma hora para conseguir retirar as vítimas dos destroços da Fiat Ducato. Ficaram presos na amálgama de chapa torcida.

A62: 16 MORTOS EM CINCO ANOS

A A62 liga Portugal ao resto da Europa através de Vilar Formoso. É a ‘estrada da morte’ dos portugueses. Dezasseis trabalhadores portugueses já lá morreram nos últimos cinco anos.

CAMIÃO: EMPRESA DA NAZARÉ

O camião, da empresa HortoFrades, de Valado de Frades, Nazaré, levava uma carga de pêras. Terá arrastado a carrinha dos trabalhadores durante cerca de cem metros.

Correio da manha

Ver as imagens video do acidente

Reportagem Sic

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