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Este ano faliram 440 empresas no distrito de Braga

Até ao final do mês de Setembro, faliram 440 empresas do distrito de Braga - 1,5 por cento do universo total. Face ao mesmo período de 2007, o aumento é de cerca de 50 por cento e o sector têxtil é aquele em que se tem observado um maior número de insolvências.

Estes números estiveram na base de um diagnóstico negro da situação económica das regiões dos vales do Ave e Cávado traçado ontem pela Associação Industrial do Minho (AIMinho). António Marques, que lidera a instituição, fala num cenário de "pré-colapso" que está a atingir o Norte, e exige medidas urgentes. E pede que o Governo actue "até ao final do ano, sob pena de já ser tarde."

O dirigente da associação empresarial alerta que, se nada for feito, "não vai haver país dentro de seis meses a um ano". "As falências vão aumentar muito nos próximos dois a três meses e podemos estar perante um cenário de ruptura social", afirma António Marques.

O distrito de Braga é o terceiro do país onde faliram mais empresas em 2008, de acordo com os dados divulgados ontem pela AIMinho. Apenas Lisboa e, sobretudo, o Porto - onde fecharam mais de 800 empresas este ano - ultrapassam a região minhota. Nos primeiros nove meses do ano, 15 por cento das empresas que abriram falência no país situavam-se no distrito de Braga.

Mas a AIMinho alerta que esta acaba por ser a região onde este cenário de crise tem mais impactos, uma vez que é o distrito onde o número de empresas falidas tem mais peso face ao total de empresas existentes. Ao todo, 440 firmas faliram este ano em Braga, o que representa 1,5 por cento do total da região. Neste quadro assume especial relevo o sector têxtil, principal sector da actividade e empregador da região, especialmente no vale do Ave.

A associação defende, perante este quadro, a criação de um fundo de reestruturação de empresas para apoiar as unidades com viabilidade económica e o desenvolvimento de um plano de apoio específico para o Norte. "Faz sentido actuar-se numa lógica regional", defendeu António Marques.

O líder da AIMinho entende que o Governo deve, por exemplo, estender algumas das medidas anunciadas para auxiliar o sector automóvel a outras áreas industriais. "A têxtil representa 12 por cento das exportações nacionais e emprega 180 mil pessoas. Também devia poder recorrer aos incentivos à formação para que não haja despedimentos", sublinha.

Bancos criticados

No final de uma reunião extraordinária do conselho estratégico da AIMinho, que durou cerca de três horas, os empresários lançaram ainda fortes críticas ao sistema bancário. "Temos de dar um puxão de orelhas aos bancos", ilustrou António Marques.

O dirigente diz que a associação empresarial está em total sintonia com a solução encontrada pelo Governo para garantir o financiamento do sistema financeiro, mas queixa-se que esse dinheiro não está a chegar às empresas. "Não compreendemos como é que os bancos, apesar do apoio do Estado, continuam a levantar obstáculos ao crédito das empresas." O dirigente apela ao executivo para que se reúna com os presidentes dos bancos, de modo a garantir que os empréstimos vão chegar à economia real.

A associação industrial do Minho divulgou também outras medidas que quer ver aplicadas no combate ao actual cenário económico do país, onde incluiu um ajuste dos prazos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), para que os financiamentos comunitários comecem a chegar rapidamente às empresas, bem como uma diminuição temporária da carga fiscal e a alteração das regras do pagamento do IVA.

Jornal - Publico

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