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Alguns emigrantes riscam de ficar sem casa e sem dinheiro no Algarve

Centenas de pessoas – na maioria emigrantes – investiram as suas poupanças em apartamentos no empreendimento algarvio Clube Praia da Rocha.
A maior parte dos proprietários (muitos deles oriundos do distrito de Leiria) optou por assinar um contrato de 10 anos cedendo a exploração turística das fracções à Iberotel - empresa gerida pela família do piloto Tiago Monteiro e que patrocina as suas corridas.

Foi o caso do pombalense Paulo Santos. “A exploração turística era uma hipótese de rendimento que correu bem no início: rendia cerca de 3000 euros anuais a cada proprietário, porque o clube estava sempre cheio de ingleses e espanhóis” relata o queixoso.

Quem assinasse o contrato podia servir-se das casas pagando um valor inferior e marcando antecipadamente. Paulo Santos não chegou a fazê-lo.
“ Quando adquiri, em 2005, pensava manter o contrato até 2008 e depois ficar com o apartamento. Em 2006, estava a funcionar em pleno. Nessa altura recebi o primeiro rendimento. Supostamente, quando o contrato acabasse, quem não quisesse renová-lo usufruiria do apartamento, como uma casa de férias normal” afirma.
As dificuldades surgiram com o termo dos contratos.
“Houve pessoas que não queriam continuar a arrendar e não renovaram”explica Paulo Santos “ Muitos emigrantes planeavam gozar lá a reforma e não perceberam como foram enganados ”.


Os obstáculos para o bloco III – onde Paulo Santos adquiriu casa – começaram em 2006: a Iberotel deixou de pagar o rendimento devido alegando que tinha realizado obras e por isso, não existia qualquer dívida. Nos blocos I e II, quem não renovou o contrato teve a água e a luz cortadas. O mesmo aconteceu no bloco III, assim que os contratos cessaram. “Encerraram o clube em 2006 e só lá estão as pessoas que não optaram pela exploração” lamenta o proprietário.

Sócios à força
“ Pretendem tornar o bloco III num hotel e em troca ofereceram aos proprietários um fundo de investimento que se provou ilegal” acusa Paulo Santos. “Foram prometendo outra solução para 2008… quando propuseram a rescisão total. Em Fevereiro, apresentaram aos emigrantes outra oferta: querem transformar o clube na “Yellow Hotels”, um complexo residencial de luxo, constituindo uma empresa em que os proprietários entram com o apartamento e recebem uma parte dos supostos lucros.


Ficámos com apartamentos que não podemos ocupar nem alugar. Muitos têm um empréstimo bancário e todos continuamos a pagar impostos. Ninguém ficou com os apartamentos como acordado”.


No Bloco III, aperceberam-se dos cortes de água e luz em Dezembro de 2008, quando receberam uma carta para ir buscar as chaves: apresentaram-lhes uma declaração remetendo os proprietários para as entidades competentes. “Nessa altura pensei que ficava com o apartamento e só precisava de contratar os serviços de água e electricidade” recorda Paulo Santos.
Dirigiu-se à EMARP e à EDP, onde lhe disseram que a Iberotel colocara um contador totalizador sem autorização dos proprietários “ não se percebe como fecharam os olhos a um contador ilegal”. Em ano de eleições, o município de Portimão está a pressionar a empresa municipal de águas para resolver o problema.


Já houve acções em tribunal para resolver as questões das rendas em atraso, da água e da luz. “A polícia já lá foi mais de cem vezes. A empresa apoderou-se dos apartamentos; começaram a ganhar dinheiro com a exploração e viram que não lhes interessava devolvê-los”.
Paulo Santos acredita que a situação vai ter um final feliz. “ O local é maravilhoso, muito perto da praia. Mas isto tem sido de loucos, uma telenovela”. +

Emigrantes devem contactar o blogue

+++ O Movimento Proprietários do Clube Praia da Rocha, acompanhado de um blogue, foi criado em Fevereiro, com o intuito de chamar a atenção dos media e da opinião pública para o caso e reunir os proprietários dos três blocos, já que, segundo Paulo Santos “ as reuniões com a Iberhotel têm sido realizadas com cerca de 10 pessoas de cada vez; a empresa quer evitar que os proprietários se conheçam”.

O movimento pretende  alertar os proprietários das facções para que não renovem os contratos de exploração com a empresa. “Queremos que nnguém mais caia no conto do vigário que já foi contado a mais de 1300 pessoas no país inteiro”, afirmam os moderadores do blogue. Mas o objectivo principal é “criar uma associação de condóminos, que nunca existiu”.  Os proprietários que se sintam lesados têm no blogue http://clubepraiadarocha.blogspot.com espaço de troca de informações. “80% dos proprietários são emigrantes, muitos deles de Pombal e Leiria, que não estão bem informados” assegura Paulo Santos.

In- Correio de Pombal

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