Envolto em lágrimas à saída da Sé Primacial de Braga, Amaro Franco iniciou ontem de manhã uma peregrinação de dez meses até à Terra Santa. Um assalto durante a madrugada e a quebra de promessas de apoios mancharam o ambiente, apesar de manter a convicção de que irá levar a bom termo a sua “cruzada”.
Apesar dos contratempos, Amaro Franco saiu da Sé de Braga
Carregando uma mochila com cinco quilos, com roupa e alguns alimentos, o ‘Peregrino de Portugal’ – como se autodenominou – lamentou a falta de apoios financeiros e logísticos de várias empresas, o que inviabiliza o projecto de se manter em contacto através da internet ao longo da viagem em que atravessará 14 países, num percurso de oito mil quilómetros até Jerusalém.
“Podem achar que sou louco, mas é uma opção de vida e um sonho que quero levar até ao fim”, disse Amaro Franco, em tom determinado, depois de ter lamentado o assalto ao seu automóvel, de onde tiraram um computador portátil e um projector multimédia.
O peregrino arrancou com a carteira praticamente vazia. Até Roma, graças aos Caminhos de Santiago, a viagem está assegurada em termos logísticos, podendo aceder facilmente a albergues. A partir daí avolumam-se as incertezas. “Confio em Deus... Diariamente haveremos de encontrar uma saída”, comentou Amaro Franco, que hoje deve chegar a Ponte de Lima, no trajecto para Santiago de Compostela. Seguem-se Lourdes e Roma.
Depois começa a aventura pela Eslovénia, Croácia, Sérvia, Bulgária, Turquia, Síria, Líbano, Jordânia, Israel e Palestina. O regresso será de barco, mas é preciso arranjar dinheiro, pelo que mantém uma conta bancária aberta a donativos, que só têm chegado da Associação Espaço Jacobeus.
Mário Fernandes, Braga