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  • José Rodrigues dos Santos suspenso de funções

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    O jornalista José Rodrigues dos Santos já não apresentará o Telejornal hoje.
     

    O Expresso sabe que o jornalista José Rodrigues dos Santos foi suspenso de funções e que será alvo de um processo disciplinar que visa o despedimento.

    Em causa estão as declarações do pivot numa entrevista ao 'Público' e um artigo publicado no 'Diário de Notícias' sobre o tempo em que foi director de informação da RTP e as interferências governamentais no canal do Estado.

    Na entrevista ao Público, o jornalista afirmou que a administração da RTP interferiu na nomeação de Rosa Veloso para correspondente em Madrid, em 2004, que estava em quarto lugar na lista de candidatos. De acordo com José Rodrigues dos Santos, esta decisão cabia à direcção de informação, razão pela qual se demitiu na altura.

    Em declarações à Lusa, o administrador da RTP, Luís Marques, afirmou hoje que os procedimentos anunciados pela administração da empresa contra José Rodrigues dos Santos serão concretizados, numa primeira fase, num "esclarecimento rigoroso" das acusações avançadas pelo jornalista. O mesmo responsável adiantou que "ainda não se está numa fase de processo disciplinar", sem afastar a possibilidade dessa medida ser adoptada.

    Para Sebastião Lima Rego, membro da antiga Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), a atitude da RTP "é uma forma de se atirar areia aos olhos e evitar falar do que realmente se passou de errado em 2004". De acordo com Lima Rego, tratou-se de um "verdadeiro caso de síndrome de relacionamento entre administração e direcção de informação", onde foram "quebradas todas as tradições no que diz respeito a colocações".

    Sebastião Lima Rego, que na altura foi o redactor da deliberação da AACS, confessa que, embora a decisão final "fosse claramente favorável a José Rodrigues dos Santos", no seu "subconsciente este caso nunca ficou totalmente resolvido". A posição da administração da RTP foi "totalmente inaceitável e os prevaricadores continuam todos nos seus postos".

    O membro da antiga Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) lembra também que o caso "teve o benefício de ficar à sombra de um escândalo político", uma vez que a deliberação foi dada no dia em que o Presidente da República, Jorge Sampaio, dissolveu a assembleia. Entre as opções de "complot para tirar José Rodrigues dos Santos da direcção de informação" ou "histórias de cunhas na RTP", Lima Rego ressalva que "a verdade é que na altura o Rodrigues dos Santos pediu a demissão e a administração aceitou logo".

    Quanto ao regulamento entregue pela RTP depois da deliberação, com a reformulação dos processos de colocações, Lima Rego recorda: "Era simplesmente inacreditável. O Conselho de Administração decidia o que fazer e ponto final". Pouco surpreendido com o processo disciplinar a José Rodrigues dos Santos, Lima Rego acrescenta: "O meu desejo é que o processo não venha marginalizar a discussão sobre este tema. É fundamental que as regras de separação entre a administração e a direcção de informação voltem a ser debatidas e se chegue a uma resolução

    EXPRESSO 

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