Feira: Três mortos a tiro - Ciúme leva a matança

Um empresário de Paços de Brandão, Feira, matou ontem a tiro a mulher e o cunhado e suicidou-se. Na origem do crime estarão motivos passionais. Carlos Gomes da Silva não aceitou o pedido de divórcio e não perdoou ao cunhado por apoiar a irmã que, segundo ele, teria um caso amoroso com o cozinheiro do seu restaurante.

"Uma desgraça. Como é que ele teve coragem?", questionavam incrédulos os muitos populares que se concentraram em frente ao restaurante Grelha da Brevias na Zona Industrial de Paços de Brandão, propriedade de Carlos Silva, de 46 anos, e da mulher, Maria Adelina Belinha Rodrigues, de 40.

Os mesmos populares contam que Carlos já tinha ameaçado que "um dia iria haver mortes", mas ninguém o levou a sério. Ontem de manhã, o empresário muniu-se de uma caçadeira de canos serrados e cerca das 10h25 entrou no seu restaurante. Foi ter com o cozinheiro, apontou-lhe a arma e disparou.

O homem, em pânico, conseguiu baixar-se e evitar ser atingido. Carlos Silva não se apercebeu e, pensando que o tinha assassinado, foi ao encontro da mulher que estava na oficina de automóveis, nas traseiras do restaurante.

Aqui, apesar da presença de um tio de Maria Adelina e de um cliente, alvejou-a com um tiro na cabeça. "Chegou à porta e disparou logo um tiro que passou entre mim e o cliente, acertando na cabeça da minha sobrinha", contou, entre soluços, o tio Lourenço.

Assustado, Lourenço deu um pontapé na porta, fechando-a e impedindo que o homicida também os alvejasse. "Penso que a seguir ia disparar contra mim", disse. Carlos Silva ainda tentou forçar a porta, mas desistiu e saiu em direcção ao restaurante Rambóia, no centro da freguesia, propriedade do cunhado, António Belinha Rodrigues, de 38 anos. Entrou no estabelecimento e num tiro certeiro atingiu o irmão da mulher na cabeça. Sem perder a calma e sem se intimidar com os populares que passavam na rua, saiu, com a arma na mão.

Um popular, José Coimbra, que passava nesse momento e ouviu o tiro ao cruzar-se com Carlos Silva, perguntou-lhe: "Que se passou". Com um olhar gélido, o empresário fez-lhe um aviso muito claro: "Não é nada contigo. Cala a boca ó palhaço, senão ainda sobra para ti..." José Coimbra viu-o então entrar na carrinha, uma Peugeot, e arrancar.

O homicida conduziu durante 600 metros até á rua da Quinta de Baixo. Estacionou, abriu a porta da viatura, meteu o cano da caçadeira na boca e disparou, pondo fim à vida. Fátima Santos, que passava naquela altura, viu "um homem estendido no chão e, pensando que era alguém que se teria sentido mal", parou para o auxiliar.

Foi quando um outro condutor, que também parou, lhe aconselhou: "Não lhe toque, que ele deu um tiro na cabeça".

correio da manha

Tragédia em Matos da Ranha

Em pleno feriado da Sexta-feira Santa, as discussões em torno do divórcio conduziram uma família de Matos da Ranha, Vermoil, a um drama que abalou todo o concelho. É que, ao princípio da tarde, Manuel Vicente Ferreira Gomes, empresário da construção civil de 45 anos, terá disparado contra a sua ex-mulher e a sogra, e depois, terá se suicidado. O ECO contactou uma fonte ligada ao Hospital dos Covões, em Coimbra e, segundo se conseguiu apurar, a ex-mulher, Luísa Redinha, advogada de 35 anos, com escritório na cidade, já está livre de perigo e terá alta em breve. Já a mãe, Maria Adília, de 64 anos, até ao fecho desta edição continuava em coma, ligada a um ventilador. Manuel Vicente foi a enterrar na segunda-feira e a Polícia Judiciária de Coimbra ainda está a investigar o caso.
Tudo terá acontecido ao início da tarde da passada sexta-feira, na vivenda junto ao IC2, em Matos da Ranha. Os Bombeiros Voluntários de Pombal receberam o alerta por volta das 14h20 e, ao chegarem à vivenda encontraram um homem já sem vida e duas mulheres gravemente feridas. No jardim também estavam duas armas - uma pistola e um revólver – que seriam propriedade de Manuel Vicente, o que inicialmente levou a se pensar numa troca de tiros. Entretanto, segundo O ECO conseguiu apurar, as investigações apontam para uma dupla tentativa de homicídio seguido de suicídio, uma vez que apenas uma das armas teria sido utilizada.
Manuel Vicente já tinha um passado dramático, com a primeira esposa, grávida, a falecer de repente. Casado pela segunda vez e pai de duas meninas, de sete e 11 anos, estava há cerca de dois meses em processo de divórcio, sendo que a ex-mulher teria saído de casa. Alegadamente Luísa Redinha teria ido com a mãe à sua antiga residência, ocorrendo uma discussão entre o casal que culminou nessa tragédia que, inclusivamente, teria sido assistida pela filha mais velha do casal.
Elementos da Polícia Judiciária (PJ) de Coimbra estiveram durante toda a tarde a recolher elementos para realizar as investigações. No local estiveram ainda vários vizinhos que, entretanto, não quiseram prestar muitas declarações, a não ser que nunca imaginavam que tal situações pudesse vir a acontecer. O corpo de Manuel Gomes foi autopsiado no Gabinete de Medicina Legal da Figueira da Foz e o funeral teve lugar na passada segunda-feira. As duas filhas do casal estarão a ter acompanhamento psicológico.

Jornal o Eco

'Apito Dourado' tira 6 pontos ao FC Porto

     

 O FC Porto deve perder seis pontos já esta época, adiando a confirmação do título marcada para este sábado no Dragão no confronto com o Estrela da Amadora. A Liga de Clubes entregou aos azuis-e-brancos a nota de culpa relativa às suspeitas de corrupção nos jogos com o E. Amadora e o Beira-Mar da época 2003/04, mas considerou que só se verificou o crime de corrupção na forma tentada – sancionado desportivamente o clube com perda de pontos

correio da manha