Marlene Sofia saiu de casa na manhã de sexta-feira passada, em Almagreira, para apanhar o autocarro que a transporta, como é habitual, ao Instituto D. João V, no Louriçal, onde frequenta o 8º ano. Longe estariam os familiares e amigos de suspeitar que, afinal, aquele não era um dia igual a tantos outros.
Desde essa altura, a jovem de 15 anos desapareceu sem deixar rasto. À Agência Lusa, o director da instituição, Nuno Madama, adiantou que a menor "saiu da escola sem autorização", cerca das 08h30. Ao que tudo indica, terá sido vista pelos colegas a passar "entre as grades", o que levou a direcção da escola a contactar de imediato as autoridades e os encarregados de educação. A GNR "procede a uma investigação preliminar, descartando-se, neste momento, a hipótese de crime", revelou fonte ligada àquela força de segurança.
Maria da Silva (conhecida como "São), a mulher que a acolhe desde os dois anos de idade e que é também a sua encarregada de educação, mostra-se inconsolável com o sucedido. Ao nosso jornal adiantou que "ela foi bem para a escola e até me pediu dinheiro para uma folha de acetato, porque precisava de fazer um trabalho com os colegas", recorda. Não se apercebeu de nada de estranho, a não ser o facto de Marlene ter consigo dois telemóveis, quando apenas sabia da existência de um. Aliás, a menor passava boa parte do seu dia a falar ao telefone e a trocar mensagens, levando Maria da Encarnação a questioná-la algumas vezes sobre o assunto. Contudo, "era uma menina muito querida e muito humilde", diz Maria da Silva, que prefere acreditar "que tudo isto é um pesadelo e que ela amanhã aparece".
No seu entender, a jovem deixou-se seduzir por alguém e, neste sentido, o maior receio é que seja maltratada. "Penso que me dão cabo da Marlene", diz, com a voz embargada. "Sempre a protegi de tudo para ninguém lhe fazer mal".
Quem também não se conforma com a situação é Marco Marques, o pai da menor, que vive na mesma localidade da família de acolhimento. Contactado ontem pelo nosso jornal, disse ainda não ter qualquer novidade e que desde sexta-feira tem tentado falar com a filha, mas sem sucesso, já que o telemóvel se encontra desligado.
Apesar de não viverem juntos [Marco Marques, de 34 anos, está paraplégico e vive com a mãe], diz que se viam todos os fins-de-semana e que mesmo durante a semana havia muitos dias em que a filha passava lá por casa. "A nossa relação era muito boa. Não sei o que a terá levado a tomar esta atitude", desabafa. A família da adolescente vive a braços com inúmeras dificuldades. O pai ficou com a filha ao seu cuidado, depois de a mãe ter saído de casa, ainda esta era muito pequena.
Segundo Maria da Silva, a jovem, que integrava a Banda Filarmónica do Louriçal, o Rancho Folclórico e o Grupo de Acólitos, levou consigo apenas a roupa que vestia naquele dia: uma t-shirt às riscas rosas e brancas, umas calças de ganga, uma bandolete e brincos
Noticia do : Correio de Pombal