O campo de concentração do Tarrafal, situado na ilha de Santiago, em Cabo Verde, reuniu a semana passada, 35 anos após o seu encerramento, os velhos ex prisioneiros de Angola, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e Portugal, que viveram ai os " piores momentos os suas vidas ".
Esta vez, em condições de homens livres, à nobre missão de valorizar verdadeiramente estes campos, como património cultural da humanidade. Durante quatro dias, Angolanos, Cabo verdianos, Guineenses e Portugueses que lutaram ate ao 25 de Abril de 1974, contra o regime colonial português, recordaram-se das histórias, dificuldades e sobretudo quotidiano do Campo de concentração de Tarrafal, que se situa entre as montanhas e o oceano Atlântico.
Lágrimas no entender em frente do enorme " monstro" em pedra cercados com arame farpado , os ex prisioneiros políticos tiveram oportunidade de voltar a ver amigos e companheiros com ideais semelhantes.
A delegação angolana conduzida pelo ministro da Cultura, Rosa Cruz e Silva, integrada do ministro da Comunicação social, Manual Miguel de Carvalho, reexaminou com o sentimento do dever realizado, de ter obtido autoridades cabo verdianas o compromisso de transformar este campo dos Angolanos em espaço cultural angolano.
Do 25 de Fevereiro de 1962, data de chegada dos primeiros prisioneiros políticos (do dizer processo de 50), ao 1 Maio de 1974, data da liberação dos últimos prisioneiros, o Campo de Concentração de Tarrafal prendeu 121 Angolanos na época onde lutavam contra a presença portuguesa no Angola.