A Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro das Caldas da Rainha, uma das mais antigas e conceituadas indústrias cerâmicas do País, está na iminência de fechar portas em Janeiro, devido à falta de encomendas e liquidez financeira para pagar os salários aos 150 trabalhadores que ali laboram.
Os operários, em média com 22 anos de casa, estão "desesperados" porque poderão perder o posto de trabalho e, devido à idade, encontrar-se-ão "sem possibilidades de reintegração no mercado de trabalho", diz José Fernando, coordenador da União de Sindicatos de Leiria, salientando que os trabalhadores "não querem suspender os contratos de trabalho".
Num comunicado aos trabalhadores, a administração da empresa apela a que estes "requeiram a suspensão dos contratos enquanto não houver encomendas".
"Para Janeiro não temos encomendas, logo não temos dinheiro para salários", afirma Jorge Serrano, administrador da empresa.
De acordo com o responsável, "no mês de Dezembro, as vendas resumiram-se a meia dúzia de encomendas, ‘tiradas a ferros’, de 57 mil euros. Adiantou que o valor de encomendas previsíveis para 2009, face à crise internacional – principalmente a que afecta os maiores clientes que são os Estados Unidos – "é assustador".
SAIBA MAIS
QUEBRA DAS VENDAS
A quebra de vendas na última década fez reduzir o volume de negócios da empresa que este ano facturou 1,9 milhões de euros.
1884
O ano em que o artista Rafael Bordalo Pinheiro criou a fábrica de faianças na zona histórica das Caldas da Rainha.
1000 é o número de trabalhadores do sector da cerâmica do distrito de Leiria que perderam o posto de trabalho, segundo o sindicato.
ABERTURA EM FEVEREIRO
Jorge Serrano, administrador da empresa de cerâmica, assegurou ontem que a paragem da laboração está apenas prevista "até 15 de Fevereiro".