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Capturado: Homicida de empresário estava em França

funeral.jpegO francês suspeito do homicídio a tiro de carabina, e pelas costas, do presidente do grupo Os Mosqueteiros em Portugal, António Figueira, foi detido ontem à tarde no Sul de França, ainda ao volante do carro da vítima. A PJ acredita que o crime foi planeado e executado com frieza, mas ainda não conseguiu perceber o que levou Marc Lastavel a casa do empresário, onde a família dormia.

Marc Lastavel foi detido pelas 16h35 (15h35 em Portugal), por uma brigada anti-crime da polícia francesa na cidade de Pau, próximo da fronteira com Espanha, quando circulava ao volante do Mercedes preto de António Figueira. Os polícias franceses reconheceram a viatura e o condutor – que constavam do mandado de detenção europeu emitido por Portugal – e interceptaram-no. Hoje será interrogado por um juiz e ficará em prisão preventiva a aguardar a extradição para Portugal, para ser julgado por homicídio qualificado.

O crime ocorreu entre as 21h00 e as 23h00 de domingo, no apartamento onde Marc Lastavel residia, em Leiria. António Figueira foi baleado à queima-roupa, no tronco, pelas costas, com uma carabina calibre .22. Como não morreu de imediato, o assassino agrediu-o com a coronha da arma na cara, amarrou--lhe as mãos atrás das costas e enrolou-lhe uma toalha na cabeça. O corpo foi ainda embrulhado num edredão e arrastado para debaixo de uma cama, onde viria a ser encontrado ao meio-dia de terça-feira pela PJ. Estava de tal forma escondido que a mulher do empresário, Lurdes Paulino Figueira, não o viu quando foi à sua procura, na segunda-feira de manhã.

Carlos do Carmo, coordenador da PJ de Leiria, descreve o homicida como "uma pessoa cerebral, que foi capaz de arquitectar e executar um plano e teve a frieza suficiente para ir à residência da vítima onde era provável que estivesse a família". Daí seguiu directo para França e às 10h00 de segunda-feira estava na região de Bayonne. Dormiu num hotel e no próprio carro, na zona de Lourdes, até chegar a Pau, onde pensava que não seria capturado.

"AGIU COM MUITA CALMA"

A ida do homicida à residência da vítima – uma vivenda de luxo em Pêras Ruivas, Ourém – foi feita com tanta calma e tranquilidade que era difícil imaginar o crime que a antecedeu. "Ninguém pensava que tivesse coragem de entrar naquela casa depois de ter cometido o crime", contou ontem João Moura, amigo de António Figueira e vereador na Câmara de Ourém, adiantando que, pelas imagens captadas na videovigilância da casa, "não se consegue perceber o que ele pretendia". "Sempre de cara destapada e sem luvas, entrou, saiu, voltou a entrar, sempre com muita calma, sem demonstrar nervosismo, nem gestos de atrapalhamento", contou o amigo da vítima, frisando que o homicida "andou a deslocar vários objectos", entre eles o saco onde transportava uma arma, que abriu e voltou a fechar. A PJ confirmou ontem que o homicida "entrou em casa com três volumes e saiu só com dois". O terceiro era um trampolim que retirou do carro da vítima e deixou à entrada de casa. "Como a simbolizar que a vítima tinha ‘saltado’ para outro mundo". Esteve lá dentro "nem dois minutos" e foi directo a uma divisão que já foi um escritório, mas agora é um espaço para arrumos. "Ele desconhecia que houve obras em casa e que foi instalada a videovigilância", explicou João Moura, adiantando que as câmaras exteriores estão visíveis mas as interiores não. A filha mais nova do casal apercebeu-se da chegada do carro: pensando que era o pai, fingiu estar a dormir, porque ele não a queria a ver televisão tão tarde.

CONFLITOS PROFISSIONAIS CAUSAM CRIME

Havia entre a vítima e o homicida "um conflito profissional que se prolongou no tempo e que produziu recalcamentos no autor do crime", revelou ontem Carlos do Carmo aos jornalistas. Marc Lastavel trabalhou durante dois anos para António Figueira como director-geral da Baobab e em Abril foi despedido por "falta de confiança". Entregou o carro de serviço, mas continuou a residir no apartamento de António Figueira, no Edifício Europa, em Leiria. Foi notificado para o abandonar e recentemente foi-lhe cortado o abastecimento de água, luz e gás. "O suspeito não terá gostado dessa situação, que lhe causou um recalcamento e originou este final que foi o crime", explicou o coordenador da Polícia Judiciária de Leiria.

ASSASSINO PLANEOU O CRIME

TIRO

António Figueira é atingido nas costas com um tiro de carabina .22, desferido a curta distância por Marc Lastavel.

PRESSÃO

O assassino atinge depois a vítima com uma coronhada na cara, pensando que o empresário ainda estava vivo.

AGRESSÃO

O assassino atinge depois a vítima com uma coronhada na cara, pensando que o empresário ainda estava vivo.

AMARRADO

O empresário é amarado com as mãos atrás das costas, a cabeça envolta numa toalha e o corpo enrolado num edredão.

ESCONDIDO

Marc Lastavel oculta o cadáver debaixo de uma cama, de forma a não ser descoberto de imediato por quem entrasse.

ATRAIU A VÍTIMA

Existem elementos que levam a presumir que houve um plano criminoso e que a vítima foi atraída para ser eliminada. A arma ainda não foi encontrada.

PASSADO CRIMINAL

A Polícia Judiciária ainda não conhece o "passado criminal" do alegado homicida, dado que a investigação não está completa.

COOPERAÇÃO

A "celeridade" e o "elevado grau de cooperação entre as autoridades judiciais e policiais portuguesas e francesas" foram destacados pelo coordenador da PJ de Leiria.

NÃO USOU CARTÕES

Durante a sua fuga, o homicida não usou qualquer cartão bancário da vítima. Mas terá usado os seus próprios,deixando um rasto.

NOTAS

AUSÊNCIA - FAMÍLIA DÁ O ALERTA

O desaparecimento de António Figueira foi participado pelos familiares à PSP de Leiria às 14h30 de segunda-feira. Só quatro horas depois é que a comunicação chegou à PJ

CASO - SUSPEITA DE CRIME GRAVE

Assim que iniciou as diligências, a PJ "de imediato encarou o caso como um crime grave e deduziu que estaria perante um homicídio qualificado", disse Carlos do Carmo

CASA - LOCAL SEM VESTÍGIOS

Para o responsável da PJ, era "humanamente impossível um cidadão comum perceber que havia um corpo no apartamento". Por isso, a viúva não o viu quando lá foi, na segunda-feira

Isabel Jordão/Tânia Laranjo

 

Correio da manha

 

 

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