Construção naval. Encomenda do armador SCS Liveras abre outro nicho de mercado
Cada um transporta 40 passageiros. Empresa não revela valores
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) acabam de celebrar um contrato para a construção de dois megaiates de luxo. A encomenda é de um armador monegasco e representa a entrada da empresa, detida pelo Estado, num novo tipo de negócio.
"É um passo significativo para a entrada na construção de sofisticadas embarcações de luxo, passando assim a integrar o grupo de elite dos construtores navais ocidentais neste segmento de mercado", explicou ao DN fonte da empresa, escusando-se a divulgar os valores deste contrato. Cada uma das embarcações terá capacidade para 40 passageiros e a entrega ao armador SCS Liveras está prevista para 2011, representando uma "nova responsabilidade" para o maior estaleiro naval português. "Vem demonstrar a capacidade de domínio de novas e elevadas tecnologias inerentes a este tipo de embarcações e, assim, responder às mais elevadas exigências dos armadores."
A construção destes dois mega-iates de luxo, com capacidade para transportar um helicóptero, será feita em Viana do Castelo, em parceria com a empresa Decon, especializada na decoração de interiores deste tipo de navios. A administração dos ENVC afirma que a encomenda da SCS Liveras, considerada a melhor companhia do mundo na sua categoria, "demonstra a maior confiança no potencial da empresa" e "prestígio para a indústria portuguesa".
Cada um destes megaiates de luxo conta com 97,30 metros de comprimento e pode atingir a ve- locidade de 15 nós. Um tipo de negócio que a empresa vê como uma opção de futuro. "Sob o ponto de vista estratégico, o futuro da construção naval na Europa passa pelo acesso e consequente penetração no exigente mercado dos armadores especializados em navios de cruzeiro e megaiates de grande luxo, pelo que este contrato assume especial relevância para a vida da empresa", remata a administração dos ENVC.
Numa outra área de negócio, a empresa conta entregar até ao final deste ano o primeiro navio de patrulha (NPO) à Marinha portuguesa, uma controversa construção que se arrasta desde 2005. Trata-se de um contrato assinado no âmbito do programa de reequipamento da Marinha, em que os ENVC deverão construir até 2012 um total de seis navios de patrulha, cada um com um custo que varia entre 35 e 40 milhões de euros, e mais dois equipados para o combate e tratamento da poluição marítima.