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Kate deixa Maddie a chorar

 2 de Maio, um dia antes de desaparecer, Kate McCann deixou a filha no quarto sozinha com os gémeos de 18 meses e Maddie chorou, chamando e gritando pelo pai. A descrição já havia sido feita pela vizinha de cima do apartamento alugado pelos McCann na Praia da Luz, mas a história terá sido confirmada por Kate em Setembro, quando foi constituída arguida. Confessou na altura à PJ não ter acorrido ao choro da filha, com apenas três anos, e lembrou que aquela reclamou a sua atenção no dia seguinte, à hora do pequeno-almoço. "Mamã, porque não vieste quando chorávamos ontem à noite", perguntou Maddie , segundo o relato feito por Kate à PJ.



O extracto do depoimento foi ontem divulgado pelo canal de televisão espanhol Telecinco, no mesmo dia em que os elementos da Polícia Judiciária terminavam as inquirições aos sete amigos que jantavam no restaurante Tapas, a 3 de Maio.

Os investigadores estiveram três dias em Leicester e têm saída prevista para hoje do Aeroporto de East Midlands, a Norte de Londres, devendo a equipa da Judiciária aterrar em Faro pelas 09h00. Durante a tarde, o grupo reunir-se-á com o procurador do Ministério Público, a quem dará conta das diligências que foram feitas em solo inglês.

Os sete amigos dos McCann que se encontravam de férias na Praia da Luz foram interrogados e a PJ pode partir para uma nova fase da investigação. Onde a aposta parece ser a reconstituição da cena do crime para verificação dos testemunhos apresentados.

Esta diligência só faz no entanto sentido se os McCann e os amigos participarem. O que parece ser cada vez mais improvável, atendendo às declarações públicas de Clarence Mitchell, porta-voz da família, que, embora desminta que o casal esteja a fazer chantagem com a PJ colocando condições impossíveis, insiste na necessidade de a reconstituição ser filmada, de forma a ser transmitida por um canal de televisão inglês.

Além disso, Clarence Mitchell dizia ontem que a família estava a tentar perceber qual era o objectivo da diligência, garantindo depois que estariam disponíveis para participarem situações que'tivessem como objectivo encontrar a criança'. O que não se verificaria caso a PJ apenas pretendesse reforçar a tese de culpa dos pais, que os levou a serem constituídos arguidos por suspeita de homicídio e ocultação de cadáver.

Gerry chegou ontem a sugerir que a reconstituição fosse filmada com actores e que fosse divulgada a descrição do alegado suspeito de rapto – apresentada há meses pelo casal.

Posição diferente parecem ter os advogados portugueses da família. Na terça-feira, Rogério Alves e Carlos Pinto Abreu, que representam os McCann em Portugal, fizeram chegar ao processo um documento onde davam conta de que o casal estaria disponível para participar na reconstituição. O que para já é desmentido pela família, que continua a colocar condicionantes para colaborar com a investigação.

Gerry disse ontem que não regressarão a Portugal no dia 3 de Maio. O que farão para assinalarodesaparecimentoda criança fica no foro privado, acrescentou Kate, que também não confirma o regresso ao local de onde desapareceu Maddie.

CORREIO DA MANHA

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