Celestino Mota alvo de 'perseguição' como 'no tempo da PIDE'
O presidente da Câmara de Pombal defende o Director de Departamento de Planeamento Urbanístico, seu irmão, e diz que este está a ser perseguido. O presidente da Câmara Municipal de Pombal, Narciso Mota, afirma que o Director de Departamento de Planeamento Urbanístico da autarquia, está a ser perseguido "como os elementos da PIDE faziam no tempo do fascismo às pessoas que não estavam em sintonia com o Estado". Na última sessão da Assembleia Municipal de Pombal, José Gomes Fernandes, líder da bancada da maioria, informou que requereu à autarquia uma listagem de todos os projectos que deram entrada, nos últimos cinco anos, de autoria do arquitecto Filipe de Sousa, um quadro técnico de um gabinete de arquitectura de Leiria, que tem como proprietário o próprio Celestino Mota, Director de Departamento de Planeamento Urbanístico. Em declarações à Rádio Cardal, Narciso Mota começa por refere que o seu irmão "antes de vir para a Câmara já tinha uma empresa em Leiria, que tinha o seu nome, e afastou-se dessa empresa; tem lá quadros técnicos e esses quadros técnicos de acordo com a experiência e profissão que têm, não há lei nenhuma nacional nem internacional que proíba qualquer técnico de exercer a sua profissão e de apresentar livremente e em seu nome o seu projecto em qualquer câmara deste país, porque não tem qualquer víncula às câmaras onde ele entrega esses projectos". Na sexta-feira, dia 29 de Fevereiro, o jornal diário As Beiras tentou chegar à fala com Celestino Ferreira Mota. Da autarquia informaram o jornalista de que o Director e Departamento encontrava-se ausente por motivo de baixa médica. Contudo, num contacto estabelecido com o referido gabinete de arquitectura em Leiria, foi-lhe dito que o arquitecto Celestino Mota não poderia ser contactado por se encontrar em reunião. Para Narciso Mota, "isso são calúnias que estão a levantar ao meu irmão" e refere que "ainda hoje o vi muito doente num funeral e ele disse que fez um grande esforço para vir aqui". Ainda em declarações à Rádio Cardal, Narciso Mota refere que o seu irmão "podia estar em casa reunido com a filha, reunido com os amigos". Depois, à mesma estação radiofónica, o presidente da Câmara começa por referir que Celestino Mota "não é o gerente do gabinete" acrescentando que "passam-se semanas e meses que não vai lá, tem lá técnicos a responder...". Mas questionado se tem a certeza de que Celestino Mota não é gerente da empresa "Escala Urbana", Narciso refere que "pode ser gerente, mas não trabalha lá; pode ser administrador porque é dono dele e não há lei nenhuma que o proíba de fazer isso". "Como autarca ninguém me pode proibir de ir lavar o meu carro àquilo que é meu, não posso é ganhar dinheiro de terceiros", afirma o autarca social-democrata. Para Narciso Mota, o seu irmão "cumpre escrupulosamente com a lei, é responsável, é competente, é o técnico mais antigo desta Câmara, mas não se deixa é vender a clientelas quaisquer que elas sejam e talvez por isso é que procuram apunhala-lo pelas costas, por quem nem sequer tem coragem... como companheiros que são dele, porque ele também é militante do meu partido". Ainda segundo o presidente da Câmara, em declarações à Rádio Cardal, "estão a fazer a ele como os elementos da PIDE faziam no tempo do fascismo às pessoas que não estavam em sintonia com o Estado Novo