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Autarcas contra projecto – “Em Alcobaça o TGV não passará”

 Os presidentes das câmaras de Alcobaça e Pombal estão contra a construção da Linha Ferroviária de Alta Velocidade, não só pelo impacto que terá nos seus concelhos, como também por considerarem o projecto desnecessário.

O chefe do Município de Pombal, Narciso Mota, considera que a construção do TGV é um "erro histórico" que o Governo está a cometer, mas o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça vai ainda mais longe avisando que "em Alcobaça, o TGV não passará".
Ambos os autarcas social-democratas estão contra a construção do TGV, posição reforçada ontem, depois de ter sido tornado público o documento de aprovação do impacte ambiental do traçado entre Alenquer (a Sul) e Pombal (a Norte).
Narciso Mota acusou os elementos do Governo envolvidos no projecto de fazerem "obras sem pensar no interesse nacional", cedendo a "clientelas, lóbies e pressões".
Gonçalves Sapinho – que lidera um município cuja Assembleia Municipal "chumbou" qualquer um dos traçados que passa pelo concelho – também se mostrou "contra o TGV entre Lisboa e Porto", argumentando que "em Portugal, não há quem o utilize". As opiniões dos dois políticos coincidem no facto do trajecto entre Lisboa e Porto ser muito curto para um TGV, em comparação com os itinerários existentes na Europa, situação agravada pelo facto de estarem previstas paragens intermédias em Leiria, Coimbra e Aveiro, com distancia inferiores a 100 quilómetros entre as referidas cidades. Irónico, o chefe da autarquia de Alcobaça remete o projecto para um "Portugal dos pequenitos" em que o comboio de alta velocidade "vai parar em todos os apeadeiros".
Para o autarca de Pombal, as paragens previstas da rede de alta velocidade em Leiria, Coimbra e Aveiro vão impedir que o comboio alguma vez "atinja a velocidade cruzeiro pretendida de 300 quilómetros por hora", apelando a que "não criem mais elefantes brancos".
Segundo a RAVE, a alternativa aprovada prevê a localização da Estação de Leiria na zona da freguesia da Barosa (Ponte) sendo esta a solução "que permite uma melhor articulação com a Linha do Oeste. Assim, está prevista uma ligação a esta linha na futura Estação de Leiria, a executar em simultâneo com a construção da linha de alta velocidade".

Diario das Beiras

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ASSANHA DA PAZ
Emparedados entre o TGV e o IC8
A aldeia de Assanha da Paz, na freguesia da Almagreira, concelho de Pombal, é uma das povoações que mais ver ser marcada pela passagem da Rede Ferroviária de Alta Velocidade.
A imagem aérea a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso revela que muitas habitações vão ser directamente afectadas, embora a Declaração de Impacte Ambiental (DIA), dada a conhecer esta semana, determine que "deverá ser feita a substituição do aterro por um viaduto na extensão do traçado entre o IC8 e o ponto médio do PEUC". Quer isto dizer que a linha terá que passar sobrelevada às casas, assente em pilares, de forma a minorar as consequências para a aldeia, que mesmo assim será atravessada de ponta a ponta. Por outro lado o designado PEUC (Posto de Estacionamento e Ultrapassagem de Composições) – que implica a duplicação de vias ao longo de um par de quilómetros e que estava previsto para instalar às portas de Assanha da Paz – deverá ser transferido para uma área localizada mais a Norte, "de forma a minimizar os impactes de magnitude elevada, resultantes de demolições e do atravessamento do espaço urbano", acrescenta a DIA.
Sendo assim, a população do lugar mostrou-se ontem mais tranquilizada, embora tema o desassossego que a infra-estrutura vai provocar. José Gonçalves, septuagenário e proprietário de vários terrenos das redondezas, será um dos expropriados, embora a RAVE ainda não o tenha contactado. "Se for como o processo de indemnizações do IC8 vou perder mito dinheiro e ficar à espera que me paguem" lamenta o morador, recordando que ainda não recebeu os seis mil euros que a Brisal contratualizou com ele, há dois anos, pela ocupação de outros tantos metros quadrados, para construir o itinerário complementar. Um seu familiar, Arnaldo Santos, afirmou que a população não está resignada, mas espera que a concessionária do TGV cumpra a directrizes definidas pela Declaração de Impacte Ambiental, "na certeza porém de que a Assanha vai deixar de ter paz e sossego", ironizou. "Com o TGV de um lado e o IC8 do outro vamos ficar aqui emparedados", lamentou o residente na zona e dono de um café onde grande parte dos populares se reúne. Outro dos pontos que preocupa os moradores é o facto do documento de impacte ambiental determinar que se faça um levantamento fotográfico e memória descritiva da Igreja da Assanha da Paz, o que poderá indiciar que o monumento possa vir a ser afectado pelo atravessamento do TGV, tal como a escola do ensino básico paredes meias com a igreja.
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