Cerca de 4,5 milhões de europeus consumiram cocaína no último ano, segundo o relatório anual do Observatório Europeu das Drogas e Toxicodependência (OEDT), ontem divulgado em Bruxelas, e que abrange União Europeia, Noruega e Turquia.
Dos 4,5 milhões (mais 28,6 por cento do que no relatório anterior) que o OEDT “estima” terem consumido no último ano, cerca de dois milhões fazem-no regularmente.
Os utilizadores de cocaína tendem a não procurar ajuda, mas as estimativas são confirmadas pelas 107 toneladas apreendidas, mais 45 por cento do que no ano anterior. Espanha e Reino Unido são os países com mais consumidores.
Não existem dados sobre o consumo em Portugal no relatório. Mas refere-se que “Portugal está a adquirir importância como ponto de entrada”.
A canábis é a droga mais consumida na Europa, mas sem tendência para aumentar. Portugal, com cinco a dez por cento (dos 15 aos 34 anos), tem das menores taxas de consumo (como sucede com o ecstasy), longe dos mais de 20 por cento de Espanha, França e República Checa.
Também estável está o consumo de heroína, responsável por mais de 60 por cento dos pedidos de ajuda e mortes associadas às drogas. Portugal é dos países com mais novas infecções de HIV (85 por milhão de habitantes) nos consumidores de drogas injectáveis.
TRATAMENTO
SUBSTIUIÇÃO
“Principal opção para o tratamento da dependência em opiáceos”, segundo o relatório, os programas de substituição abrangem 585 mil pessoas em toda a Europa.
CONSUMO VIGIADO
Sem juízos de valor, o OEDT enumera mais de 70 salas de consumo na Europa: 40 na Holanda, 25 na Alemanha, seis em Espanha, um no Luxemburgo e um na Noruega.