Ex-companheira de Pinto da Costa indiciada por consumo e tráfico de cocaína. Equipa do «Apito Dourado» abriu inquérito após a publicação do livro «Luzes e Sombras de um Dragão». Ex-amigos e irmã-gémea denunciaram. Arguida diz que é tudo «absurdo e falso» e já avançou com processos-crime
Carolina Salgado foi constituída arguida por compra, consumo, incitamento ao consumo e tráfico de estupefacientes, no âmbito de um processo-crime instaurado na sequência da publicação, em Abril, do livro «Luzes e Sombras de um Dragão», sobre Pinto da Costa, da autoria das jornalistas Felícia Cabrita e Ana Sofia Fonseca.
No referido livro, um antigo namorado, Paulo Lemos, e um amigo deste, Rui Passeira, acusam a autora de «Eu, Carolina» de consumir cocaína, de ter iniciado Rui Passeira no consumo de cocaína e de, inclusivamente, lhe pagar serviços prestados com droga.
De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, através da consulta do referido processo, a antiga companheira de Pinto da Costa foi ouvida no passado dia 24 de Setembro, pela equipa de coordenação do «Apito Dourado», tendo sido confrontada com os depoimentos recolhidos junto de várias testemunhas.
Carolina «profundamente ofendida»
A arguida optou por não prestar declarações, esclarecendo, todavia, que «nunca consumiu qualquer produto estupefaciente» e que «nunca comprou ou incitou quem quer que seja a consumi-lo».
Acrescentou, por fim, sentir-se «profundamente ofendida com as acusações que lhe estão a ser feitas, uma vez que são completamente absurdas e falsas».
Refira-se que Rui Passeira também foi constituído arguido neste processo por suspeitas de tráfico de estupefaciente, não tendo prestado declarações.
Aos dois arguidos foi aplicado o Termo de Identidade e Residência, muito embora Passeira esteja em prisão domiciliária a aguardar julgamento noutro processo.
Contactado pelo PortugalDiário, o advogado de Carolina Salgado confirmou a constituição como arguida, esclarecendo apenas que a sua cliente já avançou «na semana passada» com queixas por difamação contra Paulo Lemos e Rui Passeira.
Acusada de pagar serviços com «a branca»
Quando prestou depoimento como testemunha no DIAP do Porto, a 11 de Abril, no âmbito de um processo por tentativa de agressões ao médico Fernando Póvoas, o ex-amigo de Carolina, Rui Passeira, afirmou que esta o convenceu a comprar droga em locais que indicou e que esta o iniciou no consumo de cocaína.
Acrescentou que esta o convenceu a dar uma tareia ao médico Fernando Póvoas com a promessa de lhe dar «a branca (cocaína)».
Também as declarações da irmã-gémea Ana Maria Salgado, prestadas a 27 de Junho e 16 de Julho, no DIAP do Porto, foram tidas em conta neste processo. Refira-se que Ana Maria afirma ter cortado relações com a irmã quando descobriu que esta guardava cocaína no armário do quarto, acrescentando que a droga era fornecida a Carolina por um jornalista amigo desta última.
Viu-a consumir «várias vezes»
Quando foi ouvido neste processo, a 27 de Setembro, Paulo Lemos reiterou as declarações prestadas no DIAP do Porto, referindo que foi Rui Passeira quem lhe contou que Carolina o tinha iniciado no consumo de droga.
Afirmou ainda nunca ter visto o amigo consumir cocaína (apenas Haxixe) mas viu Carolina consumir «várias vezes», sendo que «uma vezes snifava e outras fumava».
Desconhece o local onde a ex-namorada arranjava a droga, bem como quem é que lha ia comprar, ou mesmo se era ela quem a comprava. Ignora, ainda, a forma como a droga era paga e quem a pagava.
Apesar de ter referido anteriormente noutros processos, pendentes no DIAP do Porto, que «quando lhe convinha» Carolina fornecia ao Rui Passeira droga para este consumir, neste processo rectificou que «quando a Carolina precisava que o Rui Passeira lhe fizesse pequenos trabalhos na residência, consumia cocaína em conjunto com o mesmo».
Esclareceu que a ex-namorada não fornecia doses (pelo menos que se tenha apercebido) e clarificou que aquela e Rui Passeira consumiam juntos, na altura em que a Carolina precisava deste «para efectuar alguns trabalhos domésticos», muito embora nunca o tivesse presenciado.