UM DOMINGO NA ASSOCIAÇÃO
Em cima, à esquerda
As Associações portuguesas firam desde o início Centros de Convívio. Ao princípio havia só homens, vinham depois do trabalho, empurrados pela saudade, pelo desenraizamento. Nessa altura lembravam-se que estavam sós, longe da família em Portugal.
Ao centro, à esquerda
Os emigrantes portugueses tiveram sempre, em relação aos serviços sociais ou de acção sócio-cultural, uma atitude de os evitar. Essa atitude levou-os a criar as suas próprias redes associativas de convívio e de entre-ajuda.
Ao centro
Separados da sua aldeia, pequena mas calorosa, mergulhados brutalmente num meio urbano impessoal, privados de um qualquer enquadramento, os portugueses começam a reunir-se nas suas Associações.
Para muitos deles, as Associações vieram a ser a única estrutura intermédia e formalizada, entre a família (restrita) e a sociedade francesa.
Ao centro, em baixo
Tudo isto foi favorecido por uma característica da herança cultural do fascismo português: a glorificação da nação e do seu império, através da exaltação chauvinista da terra.
Em cima, à direita
Os momentos mais importantes da primeira fase da criação de Associações, situam-se pouco tempo depois da chegada massiva das mulheres, vindas ao encontro dos seus maridos.