Assaltado e assassinado
O dono de um posto de abastecimento de combustíveis da cidade de Fafe foi ontem assassinado. De nada serviu ter acedido a todas as exigências dos assaltantes, que levaram o dinheiro existente na loja de conveniência da Repsol e ainda remexeram o interior da casa onde o empresário residia sozinho. António Castro Lopes, 45 anos, foi morto pela pancada de um bloco de cimento na cabeça.
O homicídio terá ocorrido pelas 03h00, mas só às 07h00 o corpo foi encontrado, num anexo de uma habitação arrendada, onde António Lopes guardava uma cadela. Isto a cerca de 50 metros do posto de abastecimento de combustíveis. Estava prostrado sobre uma grande poça de sangue, com graves ferimentos na cabeça. Estava em tronco nu e usava calças e ténis.
O pai – um octogenário que há 17 anos decidiu investir no posto de combustíveis depois de ter passado quase toda a vida emigrado em França – foi quem encontrou o corpo, depois de alertado pelos funcionários para várias situações estranhas com que se depararam quando chegaram para a abrir a bomba de gasolina, situada junto à rotunda do 25 de Abril, no início da variante da cidade de Fafe.
A porta estava fechada à chave, o alarme desligado e tinha desaparecido o dinheiro da caixa registadora, assim como uma bolsa com notas, que era normalmente escondida num local que só o proprietário e alguns funcionários conheciam.
Os empregados estimam que, no total, o dinheiro rondaria os 200 euros. Além disso, também desapareceu a cassete do sistema de videovigilância.
Ao que foi possível apurar, a porta do espaço de restauração foi aberta com a chave de António Lopes, não existindo quaisquer sinais de arrombamento.
Supostamente, o empresário terá sido surpreendido quando dormia, na sua residência, cujo interior foi completamente remexido, e obrigado, depois, a abrir a loja de conveniência e a entregar o dinheiro lá existente.
No regresso a casa, sensivelmente a meio do caminho, foi atingido na cabeça com um bloco de cimento, encontrado ainda com sangue e cabelo da vítima junto à porta do anexo onde foi deixado o corpo.
As autoridades policiais admitem que os assaltantes pretenderiam deixar inconsciente o empresário, mas a violência da pancada e a perda de sangue revelaram-se fatais. O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária de Braga.
ROUBOS FICAM POR DENUNCIAR
O presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Augusto Cymbron, disse ao CM que deve dar-se credibilidade aos números governamentais sobre assaltos a postos de combustível em 2008. "Foram assaltados 468 postos [um aumento de 227 face aos 241 de 2007", referiu Augusto Cymbron. O aumento é "brutal"e o dirigente refere mesmo que "muitos casos ficam por denunciar pelos empresários,alguns nem seguro têm".