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RE: Ainda o Caso dos pais de Maddie

 

  Ainda o Caso dos pais de Maddie
Domingo, 9 de Setembro de 2007

A abertura da SIC ao Domingo costuma por hábito ser um programa infantil, Club Disney, mais uns desenhos animados que apesar de ir fazer 52 anos, e achá-los um pouco apatetados, costumo ficar a ver para relaxar ao domingo depois de uma semana de trabalho.

Mas hoje, fui confrontado com a discussão sobre o regresso a Inglaterra dos Mccan. Ora, este retorno com todo a parafrenália dos média levanta novamente um «histeria» televisiva tanto nacional como internacional. A SIC, a SKYNEWS estavam ambas a dar a notícia da ida dos Mccan para Inglaterra. A jornalista que estava no aeroporto, é uma das s´´eniors lá do sítio, não se tratando de nenhum estagiário dessa cadeia televisiva, aliás todo o circo mediático à roda deste caso, fez deslocar à Praia da Luz os pesos pesados desta cadeia de televisão, e este facto parece apontar que só estes pesos pesados poderiam realmente contar o assunto com alguma discrição e parcimónia, coisa que os pais da Maddie não tiveram.

Segundo o que era relatado na SIC, provavelmente amanhã, serão intensificadas as buscas na Praia da Luz e nas zonas envolventes para se descobrir o corpo da Maddie, também se não for amanhã, deverá ser um dia destes, pois que o circo mediático foi bem armado e nunca deixaram a polícia realizar a tarefa adequadamente, pois que tanto pais como meios de televisão ao estarem constantemente a seguir todos os movimentos da PJ levaram a que esta não pudesse dar nenhum passo, sem que fosse filmado e gravado, além do que levou a especulações de toda a ordem.

Como psicólogo de profissão, tenho ouvido as histórias mais absurdas e rocambolescas, já tive que prestar juramento como técnico que sou em tribunal, para dizer que somente tinha visto uma garota em grande estado de depressão emocional, mas o porquê dessa depressão emocional eu não sabia a razão, mas que depreendia das nódoas negras que ela tinha nos braços que se trataria de violência familiar, mas que não podia adiantar mais nada, visto que a jovem pouco me disse a não ser uma frase, «o meu pai pegou-se comigo», de facto, o pai dessa jovem estudante, pegava-se demasiado pois que a violava na casa de banho da casa, ou pelo menos nessa divisão da casa. No entanto, se não tivesse sido a intervenção de uma tia paterna, o caso nunca teria ido a julgamento, mas a irmã deste sujeito resolveu por as coisas em pratos limpos, e conseguiu que realmente a jovem fosse vista pelos médicos e psicólogos hospitalares, tendo todo o caso desaguado nas barras do tribunal com julgamento à porta-fechada, por ela ser menor.

Mas em 1987, altura em que abri o meu primeiro consultório na margem sul de Tejo, apareceu-me uma avó com dois netos (um rapaz e uma menina) muito aflita pois que eles estavam a dizer umas coisas muito esquisitas que lhes tinham feito, numas obras da zona. Depois de falar com os moços e de ter registado aquilo que eles diziam, tive que fazer o meu primeiro relatório para o posto da GNR local e encaminhar os moços para o Hospital do Seixal, para serem observados por médicos de medicina legal, no sentido de verem o que se passava. Fiquei a saber que passado poucas horas da observação no hospital, um dos operários das obras foi preso e remetido a julgamento devido a abuso de menores.

O caso da Maddie, vejo-o de relativamente longe, porém vejo-o como um acto de negligência parental, não há pelo menos por aqui onde vivo, nenhum casal que deixe os filhos sozinhos em casa para ir para os copos, pois que preferem levá-los consigo para o café, mesmo que estes façam o estardalhaço que fazem, e que incomodem a vizinhança. Mas por vezes até é preferível que incomodem a vizinhança, pois que tacitamente, se os nossos cães ladrarem, nós vamos ver o que se passa, e dessa forma há sempre uma espécie de vigilância popular, que de alguma forma protege as nossas crianças.
Porém, o que eu condeno, é que se diga que se deita três crianças às 17:30 e que elas só acordem às 7:30 ou 8:00 do dia seguinte, e é isto aqui que me faz indignar com este caso. Quem tem filhos, e quer sair à noite (tarde noite), terá no mínimo que os deixar com alguém, familiares de confiança ou pessoas contractadas para o efeito, e nunca sozinhos sem o apoio de um adulto. Aquilo que os pais cometeram ou dizem que cometeram, pois que começam a surgir muitas dúvidas sobre o que se terá passado efectivamente, foi um acto de abandono e negligência parental. deixar uma criança com 4 anos a tomar conta de 2 crianças de 2 anos, pois que foi o que realmente se passou, é completamente absurdo e não tem senso algum. O desaparecimento da garota, ela ter saído pelo seu próprio pé, ter caído nalguma tampa de esgoto, ter caído de uma falésia, ter sido levada ou ter sido sido morta, o FACTO é que o corpo não apareceu, porém uma criança com 4 anos dificilmente ficará calmamente à espera que os pais regressem a casa, calmamente como se estes tivessem ido ali tomar uma bica. E se a criança tivesse pegado fogo ao apartamento, tivesse morrido ela e os irmãos, será que o caso não seria olhado com outros olhos tanto pela comunicação social inglesa como portuguesa?
De facto aquilo que eu consigo ver em todo este caso, quer a garota esteja viva ou morta, é a negligência parental continuada durante o tempo de permanência que estiveram no Algarve. E a única pergunta que lhes colocaria era, será que eles lá onde vivem também deixam as crianças sozinhas enquanto vão para os copos com os amigos, ou chamariam a vizinha ou um familiar para tomar conta delas.

 

José Azevedo.  Psicólogo Clínico

 

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