Ok

En poursuivant votre navigation sur ce site, vous acceptez l'utilisation de cookies. Ces derniers assurent le bon fonctionnement de nos services. En savoir plus.

RE: fim de ano lectivo

 

-----Message d'origine-----
De : www.portugalnoticias.com [mailto:portugalclub@portugalclub.org]
Envoyé : dimanche 3 juin 2007 23:53
À : Undisclosed-Recipient:;
Objet : fim de ano lectivo

 

Balanço do ( quase) fim de ano lectivo

 

Maria Teresa Duarte Soares. Professora de LCP na Suíça

 O ensino Português no Estrangeiro “sobreviveu”, mais uma vez e mais um ano a um novo Regime Jurídico, publicado em Agosto de 2006, assim como a várias novas regulamentações aparentemente destinadas a afectar negativamente a qualidade do ensino e a tornar cada vez mais precária a situação dos professores.

 

Lamentavelmente, os responsáveis do Ministério da Educação mostram--se cada vez mais deteminados em ignorar todos os condicionalismos que regem o EPE. 

Assim ,depois de um Concurso para colocação de professores cujos resultados só foram publicados em meados de Julho de 2006, altura em que as férias escolares já tinham começado em vários países da Europa, o que causou forte instabilidade entre os professores, levando muitos deles a optar pelo regresso a Portugal. 

Tal facto tornou ainda mais moroso o processo de colocação para o presente ano lectivo e, consequentemente, vários cursos só começaram a ser leccionados em Outubro ou Novembro, principalmente nos casos da Alemanha e da Suíça, países onde o ano lectivo se inicia em meados de Agosto. Muitos alunos perderam três ou mais meses de aulas. 

A percentagem de alunos que deixa de frequentar os cursos de Língua e Cultura Portuguesas devido aos atrasos no começo das aulas, frequentes mudanças de professor e clima geral de instabilidade continua a aumentar, mal tal parece não preocupar o Ministério da Educação, uma vez que nos encontramos em Junho e as Coordenações não foram devidamente informadas se e quando vai haver Concurso e em que moldes se fará o processo de colocação, isto apesar de através da via sindical já terem sido enviados ofícios sobre a urgência de esclarecimento do processo, ofícios esses que até hoje não obtiveram resposta.

 

Os atrasos no próximo ano lectivo estão assim, desde já, programados. É  inadmissível que, praticamente no fim do ano, um professor não saiba se vai continuar onde actualmente lecciona ou se, eventualmente, terá de mudar. Já que existe uma legislação prevendo a realização de Concursos anuais para o estrangeiro, porque razão não é a mesma aplicada em tempo adequado?

 

Ou será que se trata de uma incúria propositada, com o intuito de ir reduzindo, discretamente, o número de alunos e, assim, poupar o vencimento de alguns professores? Isto apesar de os actuais vencimentos dos professores de português no estrangeiro serem manifestamente inadequados para o tipo de funções que exercem e não lhes permitir  manter um nível de vida aceitável.

 Estamos quase no fim do ano lectivo e muitos professores não receberam ainda parte do subsídio de Natal.

 Vários novos colocados encontram-se ainda sem estar inscritos, como é obrigatório, nas caixas médicas estatais dos países em que leccionam, visto a ADSE não fazer atempadamente as diligências necessárias para que tal aconteça.

 Há docentes a pagar as despesas de assistência médica e dentária do seu bolso, isto sem ter vencimento adequado a suportar tais custos. O apoio aos professores recém- chegados é quase inexistente, tanto no aspecto pedagógico como no que respeita à sua integração na vida e no sistema escolar de um país estrangeiro.

 Se pensarmos que em grande parte dos casos se trata de professores muito jovens, que nunca leccionaram e agora se vêem numa situação profissional de turmas mistas e diferentes níveis de ensino,para o qual nenhum estágio os preparou, tudo isto sem apoio, automaticamente surge a pergunta : onde está a qualidade de ensino e quantos destes jovens docentes sobreviverão a mais um ano escolar?

 O ano lectivo de 2006/2007 começou com colocações tardias e alunos sem aulas durante meses seguidos. O ano de 2007/2008 encontra-se sobre os mesmos auspícios.

As condições de trabalho dos professores pioraram, com grupos de 120 alunos e mais, muitas vezes do 2° ao 10° ano, distribuídos por 22 horas lectivas semanais.

 

O apoio das Coordenações, tanto na parte pedagógica como nas relações com as entidades escolares locais é, na maior parte dos casos, fraco.

Más condições de assistência médica,vencimentos insuficientes, inexistência de subsídio de refeição, tudo isto acompanhado pela deliberada indiferença do Ministério da Educação, deixa-nos perante uma situação confragedora e  caótica, em que os melhoramentos continuam a fazer-se esperar.

Maria Teresa Duarte Soares. Professora de LCP na Suíça

Lien permanent 0 commentaire

Les commentaires sont fermés.