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RE: PORTUGAL escavo na Europa

 

Privados abrem clínicas onde fecharam unidades

Misericórdias têm sido as instituições mais activas a procurar colmatar as falhas na rede pública

Três grupos privados e a União de Misericórdias Portuguesas estão a pôr em marcha um ambicioso programa de abertura de unidades de saúde, para colmatar o vazio deixado pelo Estado após o fecho das urgências, centros de atendimento permanente e maternidades.  Mirandela, Espinho e Vila Nova de Cerveira são as localidades onde está já prevista a abertura de novas unidades de saúde.  Na Mealhada e em Vila do Conde, a Misericórdia local inaugurou recentemente o serviço de urgências

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A reciprocidade angolana

Os cidadãos portugueses estão proibidos de conduzir em Angola com a carta de condução que obtiveram em Portugal. A medida foi decretada pelas autoridades de Luanda e está em vigor desde sexta-feira. O motivo oficial invocado é o de que os angolanos estão impedidos de guiar em Portugal com a carta obtida nas escolas de condução de Luanda. Presume-se, no entanto, que haja outros motivos por trás desta decisão. Na verdade, o facto mais próximo tem a ver com a detenção em Lisboa do futebolista angolano do Benfica, Pedro Mantorras, que foi apanhado a conduzir com uma carta angolana que se encontrava caducada. Ora que se saiba, mesmo que estivesse em vigor um acordo de reciprocidade entre os dois países nesta matéria, ele só seria válido para cartas de condução em vigor (e não para as que estão caducadas, como é óbvio).

Depois, a proibição de utilização das licenças de condução angolanas em Portugal data de 2000, mas só começou a ser aplicada desde o ano passado - porque, entretanto, as autoridades portuguesas estiveram pacientemente à espera que Angola assinasse a Convenção de Viena sobre o Tráfego Rodoviário. Contudo, Luanda não conseguiu ou não pode fazê-lo. E o que as autoridades angolanas não percebem é que enquanto o seu país não subscrever aquela convenção, as cartas passadas no seu país não são válidas em Portugal ou em qualquer outro país europeu.

Não tem, por isso, o Governo angolano nenhuma razão que justifique a medida que tomou. É uma medida discriminatória e de retaliação sem nenhum fundamento legal ou sequer moral. Luanda fez o que fez porque acha que quando as suas leis estão em contravenção com as de todos os outros países, quem está errado são os outros - e não as leis angolanas. E porque mantém esta relação de amor-ódio com Portugal, que não conseguiu ultrapassar 22 anos após a independência.

Convém lembrar ainda que Pedro Mantorras ficou recentemente retido no aeroporto de Lisboa porque tinha rasurado o seu passaporte. E convém lembrar também que notícias recentes davam conta de que a investigação da Operação Furacão poderia ter tropeçado no nome da filha do presidente Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos, por via do seu advogado e sócio em Portugal, José Frutuoso de Mello. Ou que o caso da Universidade Independente também envolve interesses angolanos, que chegam a familiares do ministro da Educação daquele país.

A parceria Portugal-Angola tem tudo para dar certo, mas há-de passar sempre por episódios turbulentos como este. Já dizia Pitigrilli que «eram mais que inimigos, eram irmãos». E quando os irmãos não se tratam com respeito e um deles não cumpre as leis a que o outro está obrigado, considerando uma afronta ser penalizado quando prevarica, o resultado só pode ser este tipo de retaliações sem nenhuma justificação e sem nenhum sentido. Neste caso concreto, quem está claramente em falta é Angola e não Portugal. E é bom que Lisboa não se agache, como de costume, e diga isto, olhos nos olhos, às autoridades angolanas. Nicolau Santos

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Emigrantes Portugueses Vítimas de Racismo e Escravatura em países da União Europeia

Multiplicam-se os casos de emigrantes portugueses que em países, como a Espanha, Inglaterra, Irlanda, França e Holanda são vítimas de manifestações racistas ou vivem em situações de autêntica escravatura. 

A Grande Ilusão.

A esmagadora maioria destes emigrantes saiu muito recentemente do país iludidos pelas facilidades de livre circulação de pessoas e bens formalmente estabelecidas na União Europeia. Imaginam que em todos os estados membros serão recebidos de braços abertos. A realidade que encontram é muito diferente. Em toda a parte não deixam de ser estrangeiros. A lógica da sua recepção é sempre a mesma: serão bem recebidos se escasseia a mão-de-obra, mas indesejáveis se o desemprego estiver em crescimento.  As condições de acolhimento torna-se frequentemente num autêntico pesadelo. Sentem todo o peso da discriminação nos salários, mas também no contacto com as comunidades locais. Na  Alemanha e Inglaterra os ataques racistas contra os imigrantes já provocaram várias vítimas entre os portugueses.

Trabalhos Temporários

Muitos dos novos emigrantes portugueses, procuram nos países da União Europeia empregos temporários que lhes permitam amealhar rapidamente dinheiro. Estão dispostos a trabalhar em qualquer coisa e nas condições mais degradantes desde que consigam este objectivo. Esta é a primeira constatação que se retira quando se analisam os casos dramáticos que a comunicação social tem ultimamente relatado. Entre os que se dedicam a este tipo de exploração, destacam-se dois grupos fundamentais:  

a) Empresas de trabalho temporário ou simples engajadores de emigrantes. Em geral começam por lhes prometer mundos e fundos uma vez chegados aos países de destino. O que estes acabam por encontrar são condições de vida miseráveis a troco da simples sobrevivência. Não raro nem sequer conseguem amealharem dinheiro para regressarem e acabam na escravatura.

b)Redes mafiosas, onde preponderam portugueses e espanhóis de etnia cigana. Estas redes mafiosas actuam sobretudo junto à fronteira de Portugal e Espanha e dedicam-se a recrutar ex-toxicodependentes, imigrantes ilegais e pessoas com gravíssimas dificuldades de inserção social. Umas vezes prometem-lhes trabalhos temporários em Espanha, mas outras não hesitam os raptarem ou coagirem pela violência a fazerem o que pretendem. O destino é sempre o mesmo: a escravatura e a prostituição. 

As Novas Causas da Emigração.

Desde finais dos anos 90 que Portugal é também um país de imigrantes. Como podemos explicar que todos os anos dezenas de milhares dos seus cidadãos continuem a emigrar nas condições em que o fazem? 

A resposta a esta pergunta não é fácil nem pacifica.  Emigrar constitui sempre um corte mais ou menos doloroso com uma dada comunidade. Nunca é uma aventura inócua, sobretudo quando não se conhece a língua do país de acolhimento.  Quem são estes portugueses para cujo drama a comunicação social começou a despertar?  Na sua maioria são emigrantes que possuem baixíssimos níveis de escolaridade e de qualificação profissional. Em Portugal  desempenhavam actividades profissionais pouco ou nada qualificadas. No estrangeiro a sua situação é a mesma, apenas eventualmente recebem remunerações mais elevadas.

É preciso dizer que a situação destes portugueses agravou-se nos últimos anos. Em Portugal foram forçados a competirem no mercado de trabalho com os imigrantes oriundos do Brasil, dos países do leste da Europa ou de África. Disputam com eles os lugares disponíveis em actividades desqualificadas e mal remuneradas para o contexto europeu. Ora quem "ganha" nesta competição são naturalmente os imigrantes - os preferidos pelos patrões - pois mostram-se mais facilmente disponíveis para trabalharem em condições deploráveis.

Paradoxos

Nas análises que são feitas sobre estes emigrantes é habitual apontar dois do seus aparentes paradoxos. No país, a maioria destes emigrantes oferece frequentemente alguma resistência a mudar de local de residência ou a exercer certas actividades. No entanto, com relativa  facilidade emigram para locais no estrangeiro de que nunca ouviram falar para exerceram actividades em condições que não hesitariam em recusar em Portugal. Para explicar estes fenómenos são dadas duas explicações.

Primeiro:A mudança de residência no país é encarada como uma mudança de vida, um corte com os laços familiares, mas as mudanças provocadas pela emigração são percepcionada de forma menos radical. A emigração é vista como uma situação temporária que não afecta a identidade pessoal e social do emigrantes. Todos eles esperam um dia voltarem e retomarem a suas vidas no ponto em que as deixaram, mas em melhores condições. Trata-se, como sabemos, de uma perigosa ilusão. 

Segundo: As tarefas executadas pelos emigrantes em Portugal e no estrangeiros não possuem o mesmo significado. Como é sabido os emigrantes recusam a exercer em Portugal actividades profissionais a que se dedicam no estrangeiro. Esta mudança de atitude não está necessariamente relacionada com as diferenças salariais. A questão prende-se sobretudo com o problema o desprestigio social de certos trabalhos. Em Portugal muitas destas actividades profissionais são assumidas como des-qualificantes e os que as exercem sentem-se diminuídos socialmente. Ora, enquanto emigrantes no estrangeiro, o   exercício destas mesmas actividades é visto como natural e é até assumido como um sinal positivo da sua capacidade de adaptação e iniciativa individual. 

Com alguma insistência, estas duas atitudes são apontadas como o reflexo de uma atitude mais profunda face ao próprio país. Afirma-se que no estrangeiro muitos destes emigrantes revelam um espantoso dinamismo no desempenho profissional, o que contrasta com a sua atitude passiva no próprio país. Apesar de algum exagero neste retrato, o mesmo possui contudo um evidente fundo de verdade.  

O que está na base destes dois tipos de comportamentos ? Apenas um problema cultural?  A questão exige uma reflexão mais ampla, sobretudo num país onde a emigração continua a ser uma tradição bem enraizada na cultura portuguesa. Nicolau Santos

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